A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) protocolou um pedido ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), solicitando o cancelamento de audiências com testemunhas relacionadas ao processo da suposta trama golpista. O requerimento foi apresentado na noite desta terça-feira (13/5) e argumenta que os advogados do ex-presidente não tiveram tempo suficiente para analisar todas as provas apresentadas pela Polícia Federal (PF).
Contexto das audiências e prazo para defesa
As audiências estão agendadas para começar na próxima segunda-feira (19/5). Em uma decisão anterior, Moraes havia determinado que a PF enviasse um link com o acesso às provas colhidas aos advogados dos réus. Contudo, a defesa de Bolsonaro alegou que esses materiais não estavam disponíveis até as 18h10 desta terça-feira (13/5), dificultando a preparação adequada para a defesa.
Os advogados de Bolsonaro destacam que, enquanto a acusação terá amplo espaço para questionar as testemunhas, a defesa ainda não teve acesso completo aos materiais necessários para elaborar sua estratégia de defesa. Eles ressaltam a impossibilidade de preparar-se adequadamente para os depoimentos, uma vez que não tiveram a oportunidade de revisar completamente a troca de mensagens que pode ser crucial para o caso. “A defesa não pode se preparar para a oitiva das testemunhas, estabelecer sua estratégia, perquirir quem iniciou a conversa”, afirmaram os advogados.
Embargos e solicitações adicionais
Além do pedido para cancelar as audiências, a defesa também entrou com embargos contra a decisão de Moraes, argumentando que o ministro não mencionou expressamente as provas apresentadas, que incluem a apreensão dos celulares de Bolsonaro e de seu ex-ministro Mauro Cid. A equipe jurídica busca que essa solicitação seja analisada e julgada pelo tribunal.
No pedido, a defesa requer que as audiências sejam redesignadas e reitera a necessidade de um novo prazo para que possam alegar tudo o que for necessário e requerer diligências adicionais após o conhecimento completo das provas. “Requer-se a redesignação das audiências e reitera-se o pedido de prazo para que a defesa possa alegar tudo o quanto for de seu interesse”, adicionaram os advogados.
Investigação da trama golpista
O caso em questão envolve a investigação de uma suposta trama golpista que teria o objetivo de manter Bolsonaro no poder após as eleições de 2022. Em 26 de março de 2025, a Primeira Turma do STF aceitou a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), tornando réus os membros do núcleo da acusação. Os investigados enfrentam graves alegações devido à sua suposta participação em ações para destituir a ordem democrática.
Como resultado da aceitação da denúncia, uma fase de instrução processual foi iniciada, durante a qual serão colhidos depoimentos dos réus e testemunhas, além da apresentação de provas. Ao final dessa etapa, o STF deverá decidir se os acusados são culpados ou inocentes.
Acompanhamento do caso e repercussões
A situação tem gerado bastante repercussão entre os aliados e opositores de Bolsonaro, refletindo um dos capítulos mais tumultuados da política brasileira recente. A defesa alega uma série de compromissos e irregularidades no processo, o que só intensifica as divisões políticas no país.
Por fim, o desenrolar desse caso no STF não apenas afeta diretamente o ex-presidente, mas também provoca ondas de impacto em toda a herança política de seu governo e nas futuras eleições. Neste momento, todos os olhos permanecem voltados para o Supremo e suas decisões, cujo impacto irá moldar o futuro político do Brasil.
Continuaremos acompanhando os desdobramentos desse processo no STF e suas implicações no cenário político brasileiro. Para mais detalhes sobre as audiências e o caso da trama golpista, acesse [Metrópoles](https://www.metropoles.com/brasil/trama-golpista-bolsonaro-pede-suspensao-de-novas-audiencias-no-stf).