A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) protocolou um pedido ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta terça-feira (13) solicitando o cancelamento das audiências previstas para a coleta de depoimentos de testemunhas a respeito da suposta trama golpista. As audiências estão agendadas para começar na próxima semana, a partir do dia 19 de maio, e ao todo 82 pessoas foram convocadas para depor.
Audiências e envolvidos na trama
Os depoimentos têm caráter crucial para a investigação e irão incluir testemunhas indicadas pela Procuradoria Geral da República (PGR). Dentre aqueles que deverão prestar depoimento, destacam-se figuras proeminentes como os ex-comandantes do Exército e da Aeronáutica, Marco Antônio Freire Gomes e Carlos Almeida Baptista Junior, além do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB). Relatos indicam que Freire Gomes e Baptista Junior afirmaram à Polícia Federal (PF) que Bolsonaro havia apresentado a eles propostas destinadas a reverter os resultados das eleições.
Justificativas para o pedido da defesa
No pedido apresentado ao STF, a defesa solicita a “concessão de prazo suficiente para que o conjunto probatório, que permaneceu fora do processo, seja analisado pela defesa.” Os advogados ressaltam a importância de permitir uma “complementação do rol de diligências e testemunhas já apresentados” e, principalmente, um adequado questionamento das testemunhas que serão ouvidas, o que é considerado fundamental para a defesa do ex-presidente.
Além das figuras mencionadas, entre os convocados para depor estão o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, o ex-ministro Paulo Guedes e senadores como Hamilton Mourão (Republicanos-RS), Ciro Nogueira (PP-PI) e Rogério Marinho (PL-RN). Todos eles foram essenciais durante o governo de Jair Bolsonaro, o que torna suas declarações ainda mais relevantes para o andamento do processo.
Testemunhas e delações premiadas
No dia 22 de maio, ocorrerão as audiências com as testemunhas indicadas pelo tenente-coronel Mauro Cid, que firmou um acordo de delação premiada. Entre essas testemunhas está o ex-comandante do Exército, Júlio Cesar de Arruda, que foi o primeiro a ocupar o cargo durante a administração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A delação de Cid e os depoimentos dessas figuras importantes podem trazer novos desdobramentos para o caso que envolve a suposta tentativa de golpe.
A expectativa em torno das audiências é alta, uma vez que os depoimentos podem influenciar diretamente o andamento das investigações e o futuro político de Jair Bolsonaro. O cenário se torna ainda mais complexo à medida que mais informações e testemunhos surgem, salientando a necessidade de um processo justo e transparente.
As próximas semanas prometem ser decisivas para a política brasileira, em um momento em que a polarização continua a dividir o país. Enquanto isso, o ex-presidente e sua defesa buscam por meios legais para proteger seus direitos e garantir um julgamento equitativo.
A defesa de Bolsonaro aguarda a resposta do STF sobre o pedido de cancelamento das audiências. O desfecho deste caso poderá ter um impacto significativo na percepção pública do ex-presidente e suas ações políticas futuras.
