Na última terça-feira, o Banco Central do Brasil (BC) anunciou a assinatura de um acordo de swap de moedas com o Banco Popular da China (PBOC). O acordo foi oficializado durante um evento em Pequim, com a presença dos presidentes das duas instituições financeiras, Gabriel Galípolo e Pan Gongsheng. Esse entendimento faz parte da comitiva do governo brasileiro em uma visita oficial à China.
Objetivos do acordo
De acordo com informações do Banco Central, o principal objetivo desse acordo é fornecer liquidez aos mercados financeiros, garantindo um funcionamento adequado em situações que demandem tal suporte. O valor máximo que poderá ser movimentado no âmbito deste acordo é de R$ 157 bilhões, com um prazo de validade de até cinco anos.
O BC também aproveitou a oportunidade para destacar que já possui um arranjo similar com o Federal Reserve (Fed), o banco central dos Estados Unidos, que tornou-se permanente em 2021. Esse acesso a dólares é facilitado por meio de operações compromissadas que, na prática, envolvem a troca de títulos do tesouro americano.
Como funcionam as operações compromissadas
As operações compromissadas são, em essência, uma modalidade de empréstimo. Funciona assim: uma instituição financeira vende um título de renda fixa com o compromisso de recomprá-lo em uma data futura, a um preço previamente acordado. Durante esse período, o comprador do título recebe uma remuneração pela posse temporária desse ativo. Essa operação é crucial para manter a liquidez no mercado financeiro e facilitar transações internacionais.
Acordos globais de swap
O Banco Central do Brasil também ressaltou que, com a assinatura do acordo com o PBOC, o Brasil se junta a uma lista crescente de países que já estabeleceram acordos de swap de moedas com a China. Hoje, já existem 40 desses acordos firmados por diversos bancos centrais ao redor do mundo, incluindo nações como Canadá, Chile, África do Sul, Japão e Reino Unido, além da zona do Euro através do Banco Central Europeu.
“Esses acordos de swap de moedas têm se tornado comuns entre os bancos centrais, especialmente desde a crise financeira de 2007”, afirmou o BC em um comunicado à imprensa. A autoridade financeira brasileira também mencionou que já está em conversações com outros bancos centrais para a realização de acordos similares, mostrando um movimento crescente em direção à cooperação financeira global.
Importância do acordo para a economia brasileira
Esse novo acordo entre Brasil e China representa não apenas uma oportunidade para aumentar a liquidez financeira, mas também fortalece laços econômicos entre as duas maiores economias da América Latina e da Ásia, respectivamente. O que pode resultar em um aumento das trocas comerciais e, consequentemente, no crescimento das exportações brasileiras para o mercado chinês, que é um dos mais relevantes do mundo.
Além disso, a diversificação de parcerias comerciais é uma estratégia importante para o Brasil, especialmente em um cenário global incerto e volátil. Ter acesso a diferentes linhas de crédito, como a proporcionada pelo acordo com a China, minimiza os riscos e potenciais crises no cenário econômico nacional.
Em resumo, o acordo de swap de moedas celebrado entre o Banco Central do Brasil e o Banco Popular da China é um passo importante na direção de um fortalecimento financeiro e na ampliação das relações comerciais entre os dois países. Com um valor expressivo e um prazo de validade significativo, essa parceria pode trazer benefícios tanto para o Brasil quanto para a China, refletindo a importância de um sistema financeiro integrado e colaborativo no cenário global.