Brasil, 28 de agosto de 2025
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Ataque raro de harpia a humano gera preocupações na Amazônia

Um ataque inusitado de uma harpia na Amazônia levanta questões sobre o comportamento dessa ave ameaçada e a necessidade de mais estudos.

No último mês de outubro, um caso inusitado ocorreu na Amazônia: uma harpia (Harpia harpyja) atacou uma turista em um ecoturismo na Guiana Francesa. Este incidente, que é o primeiro formalmente documentado pela comunidade científica, reacendeu o debate sobre o comportamento desta majestosa ave, uma das mais poderosas do mundo, que, até então, não havia sido registrada atacando seres humanos. O episódio não apenas resultou em ferimentos leves na vítima, mas também destacamos a importância de análise cuidadosa sobre a relação entre humanos e predadores.

O que aconteceu durante o ataque?

A vítima, uma mulher de 29 anos, estava caminhando em grupo por uma trilha quando decidiu parar para fotografar a ave, o que acabou a colocando em uma posição vulnerável. Em um galho a cerca de seis metros do solo, a harpia atacou-a pelas costas, agarrando seu cabelo. O ataque só cessou quando um amigo da turista gritou e se aproximou, fazendo com que a ave voasse para longe. Apesar do susto, a mulher foi levada ao hospital, onde recebeu atendimento para as feridas leves que sofreu no couro cabeludo.

O relato do incidente, detalhado na revista científica Ecology and Evolution, traz à tona a perplexidade dos pesquisadores. Segundo o autor principal do estudo, Loïc Epelboin, ataques desse tipo não são comuns. “Normalmente, esses pássaros são agressivos apenas em contextos de defesa de ninhos ou em cativeiro. Este caso não se encaixa em nenhuma dessas situações”, afirmou Epelboin.

Por que a harpia atacou? Entendendo o comportamento

Especialistas sugerem que o ato da harpia pode ter sido isolado e motivado por diversas circunstâncias, como estresse, um comportamento agressivo específico, ou mesmo uma distração durante um evento de caça. Epelboin enfatiza que a harpia não representa perigo para os humanos, embora o ataque tenha desafiado essa percepção.

A harpia, conhecida também como gavião-real, é um predador de topo em florestas tropicais, atacando geralmente presas como preguiças e macacos. As fêmeas podem pesar até 9 kg e são capazes de carregar presas do mesmo peso em voo. A sua população, embora ainda existente, está em perigo em diversas partes do Brasil, principalmente na Mata Atlântica.

A importância da socialização na relação entre humanos e predadores

Um aspecto importante que o caso destaca é que a socialização pode ser uma defesa eficaz contra esses predadores. O fato de a mulher estar acompanhada foi crucial para que o incidente não resultasse em consequências mais fatais. Isso nos leva a refletir sobre como as dinâmicas sociais influenciam a interação com a vida selvagem.

Os perigos da desinformação e a necessidade de manejo eficaz

Embora o relato do ataque tenha trazido à tona preocupações, ele também levanta um alerta sobre o impacto que a divulgação de incidentes como este pode ter. Pesquisadores temem que a cobertura possa levar a um aumento na perseguição de gaviões-reais, uma espécie já ameaçada. A documentação cuidadosa do evento pode contribuir para um entendimento mais profundo sobre a ecologia comportamental da harpia, esclarecendo equívocos sobre sua natureza perigosa.

“Estudos como este são cruciais para informar estratégias de manejo mais eficazes e promover a coexistência entre humanos e predadores selvagens”, afirmam os autores do artigo. A proteção da harpia e de outras espécies em perigo deve ser uma prioridade, considerando o papel vital que desempenham nos ecossistemas.

O ataque da harpia à turista na Guiana Francesa serve como um lembrete significativo da complexidade e da fragilidade das relações entre humanos e a natureza. À medida que avançamos para um futuro onde o ecoturismo se torna cada vez mais popular, é essencial considerar a segurança tanto dos visitantes quanto dos seres vivos que habitam esses ambientes ricos e diversos.

Fontes: G1.

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