Brasil, 13 de maio de 2025
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Apostas ilegais crescem no Brasil com o apoio de cambistas

Mercado ilegal de apostas movimenta milhões no Brasil, atraindo até menores de idade e levantando preocupações sobre segurança e regulamentação.

No Brasil, um universo paralelo de apostas ilegais tem ganhado força, operando à sombra do mercado regulamentado. Conhecidos como “cambistas de bets”, esses intermediários facilitam apostas clandestinas que movimentam centenas de milhões de reais. Estima-se que esse setor já tenha registrado movimentações surpreendentes, especialmente entre os jovens, seguindo o ritmo de uma regulamentação que, embora rigorosa, acaba forçando muitos a buscar alternativas ilegais.

O que são cambistas de bets?

Tradicionalmente, cambistas eram aqueles que vendiam ingressos para eventos como shows e partidas esportivas. Neste novo contexto, eles atuam como intermediários nas apostas, permitindo que apostadores, incluindo menores de idade, possam participar em vez de aderirem às casas de apostas legalmente registradas. Através das redes sociais, cambistas oferecem promoções atrativas, como prêmios maiores e bônus proibidos pelas leis brasileiras.

Em grupos do Facebook e páginas do Instagram, esses intermediários conseguem atrair grandes números de usuários, oferecendo vantagens que as casas regulamentadas não podem proporcionar. No entanto, essa atividade não é isenta de riscos. A pesquisa realizada pelo Ministério da Justiça de São Paulo revelou que 10,5% dos adolescentes entrevistados admitiram ter apostado no último ano, o que levanta sérias preocupações sobre a segurança de jovens vulneráveis.

Consequências da atuação ilegal

O crescimento das apostas ilegais alimentado por cambistas provoca uma série de desafios regulatórios. Entre as preocupações estão as fraudes e a falta de proteção para os apostadores. De acordo com dados do Reclame Aqui, muitas pessoas relataram não conseguir retirar seus ganhos, após realizarem depósitos em sites não regulamentados. Além disso, uma investigação revelou que 18% dos apostadores brasileiros foram vítimas de fraudes relacionadas a apostas, o que equivale a quase 10 milhões de pessoas.

A falta de garantias e a natureza não regulamentada desses serviços aumentam o potencial de exploração de apostadores incautos, especialmente entre os jovens. É essencial que haja um controle mais rigoroso e campanhas educativas para conscientizar sobre os perigos de se envolver com apostas ilegais.

Regulamentação e desafios enfrentados

Desde 1º de janeiro de 2023, o mercado legal de apostas esportivas no Brasil começou a operar, movimentando entre R$ 20 bilhões a R$ 30 bilhões mensalmente. Entretanto, as leis impostas acabaram criando um ambiente propício para o crescimento do mercado ilegal. Segundo Fábio Macorin, do Ministério da Fazenda, as restrições podem incentivar os apostadores a recorrerem a alternativas clandestinas.

O governo brasileiro já iniciou uma série de processos para combater as apostas ilegais e, até o momento, cerca de 11 mil sites clandestinos foram fechados. Embora medidas estejam sendo tomadas, a fiscalização nas redes sociais e em plataformas de mensagens como WhatsApp e Telegram apresenta dificuldades devido à privacidade das comunicações. Isso torna quase impossível monitorar atividades clandestinas nestes espaços de interação.

O papel dos influenciadores digitais

A promoção de apostas ilegais por influenciadores digitais tem despertado atenção e preocupação. Alguns deles promovem contas de apostas não regulamentadas e oferecem ganhos exorbitantes em troca da divulgação de seus serviços. Há casos documentados onde influenciadores usaram contas falsas para demonstrar ganhos e atrair novos apostadores, uma prática denunciada em investigações em curso pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Bets no Senado.

Medidas em andamento para controle e prevenção

Para lidar com essa situação, novas propostas de lei estão sendo analisadas. Uma das ideias é a criação de uma certificação obrigatória para influenciadores que promovem apostas online, que incluiria treinamento sobre os riscos envolvidos na atividade de apostas. Cálculos apontam que imposições mais rigorosas sobre a publicidade e a atuação dos influenciadores poderiam desacelerar o crescimento do mercado ilegal.

Além disso, o governo também estuda a implementação de um cadastro que proíba específicos beneficiários, como aqueles do Bolsa Família, de participarem de apostas. Medidas de controle do fluxo financeiro nas casas de apostas também estão sendo discutidas como uma forma de prevenção contra fraudes.

Em um contexto em que os jogos de azar estão se tornando cada vez mais acessíveis, a necessidade de regulamentação e educação sobre apostas é mais urgente do que nunca. O Brasil precisa encontrar um equilíbrio entre legais e ilegais, garantindo proteção aos consumidores, especialmente os jovens, e ao mesmo tempo, permitindo o desenvolvimento de um mercado de apostas justo e seguro.

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