Brasil, 13 de maio de 2025
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Acordo entre EUA e China reduz tarifas e riscos econômicos

A trégua na guerra comercial entre as duas potências promete impactar a economia global.

No último fim de semana, uma importante reunião entre os representantes dos Estados Unidos e da China culminou em um acordo significativo que promete alterar o cenário econômico global. O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, descreveu as conversas como “produtivas” e anunciou a redução das tarifas comerciais impostas entre os dois países. As novas taxas prometem informar não apenas o comportamento do comércio entre as nações, mas também o futuro da economia global.

Acordo histórico de redução de tarifas

Os dois países concordaram em reduzir suas tarifas em impressionantes 115 pontos percentuais, com os Estados Unidos cortando as taxas sobre produtos chineses de 145% para 30% e, por sua vez, a China diminuindo as tarifas sobre itens americanos de 125% para apenas 10%. Essa mudança significativa representa um alívio para os consumidores e comerciantes, que enfrentavam preços exorbitantes devido às tarifas anteriores.

O acordo foi recebido com grande expectativa. Especialistas, como os economistas do Commerzbank, alertaram que, apesar das reduções, as tarifas ainda permanecem bastante elevadas em relação ao que existia antes do retorno de Donald Trump à presidência. “O comércio havia se tornado praticamente inviável sob as tarifas de três dígitos,” apontou Roberto Padovani, economista-chefe do BV. Para ele, as novas taxas diminuem a probabilidade de desabastecimento no mercado americano, um temor que pairava sobre os analistas nas últimas semanas.

Impacto nas relações comerciais e no mercado

A Secretaria de Comércio dos EUA afirmou que o acordo ratificou a vontade de ambos os lados de manter um diálogo sobre suas relações econômicas e comerciais. Em nota, o Ministério do Comércio da China elogiou o “progresso substancial” alcançado, e a postura otimista de ambos os lados é um sinal positivo em um cenário que havia se tornado tenso e incerto.

Com as tarifas reduzidas, alguns analistas preveem que as importações americanas de produtos chineses, como eletrônicos e equipamentos de telecomunicação, devem aumentar. A expectativa é que esse movimento gere um alívio nos preços ao consumidor, embora a inflação ainda seja uma preocupação. Segundo Padovani, a inflação nos EUA deve se manter em torno de 4% até o final do ano, mas não descarta a possibilidade de revisões por conta do alívio que o acordo trará.

O papel do Brasil nesse cenário

Apesar de o Brasil sentir um impacto imediato no comércio devido ao acordo, economistas locais acreditam que ainda há oportunidades. A pesquisadora Lia Valls, do FGV Ibre, observou que, embora o risco de recessão nos EUA tenha diminuído, o acordo não encerra a guerra comercial por completo. “O Brasil pode não ver ganhos claros, exceto nas commodities agrícolas, mas ainda mantém uma posição favorável em relação aos produtos”, afirmou.

Com a soja americana mais cara do que a brasileira, os exportadores brasileiros devem se beneficiar da situação. No entanto, a incerteza sobre o futuro das relações comerciais entre as potências permanece, e analistas alertam que o foco deve ser em nichos onde o Brasil pode ter vantagens, aproveitando a oportunidade de aumentar suas exportações em um mundo em rápida transformação.

Perspectivas futuras

O acordo entre Estados Unidos e China é considerado um movimento importante, mas ainda há muitos desafios pela frente. Economistas como Luiz Carlos Prado da UFRJ enfatizam que os termos da disputa entre os países apenas foram adiados, e será necessário um novo olhar sobre as metas econômicas americanas. “A guerra comercial não está resolvida, e a situação ainda está longe de ser solucionada”, frisou Prado.

À medida que as potências se reestruturam, o Brasil deve se adaptar a um novo cenário, onde a agilidade e a inovação serão essenciais para destacar-se no comércio global. Além disso, continua sendo crucial que o Brasil busque parceiros e alianças estratégicas, uma vez que o poder no cenário internacional depende não apenas do mercado interno, mas também das conexões globais.

Como a situação se desenrola, todos os olhos estarão voltados para as interações entre EUA e China, e como isso afetará não apenas os mercados locais, mas a economia mundial como um todo. O que se viu até agora é um sinal de que a diplomacia e a abertura ao diálogo podem ser caminhos viáveis para mitigar tensões comerciais e cooperar pelo desenvolvimento comum.

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