Brasil, 13 de maio de 2025
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Acordo entre EUA e China reduz risco de desvio de produtos para o Brasil

Secretária de ComércioExterior aponta que nova alíquota protege indústrias brasileiras.

Em um recente comunicado conjunto, os Estados Unidos e a China anunciaram um acordo comercial que pode sim ter um impacto positivo nas indústrias do Brasil. Durante uma conversa com O GLOBO, a secretária de Comércio Exterior do Brasil avaliou que um dos principais benefícios deste entendimento é a redução do risco de desvio de comércio, um fenômeno nocivo que ocorre quando produtos que são proibidos em um país acabam sendo direcionados a outro, como, por exemplo, a entrada de produtos chineses que não conseguem acessar o mercado americano.

Impacto do acordo na economia brasileira

O acordo, que foi fruto de intensas negociações em Genebra, irá levar os EUA a reduzir temporariamente suas alíquotas sobre produtos chineses de 145% para 30%, enquanto a China irá cortar suas tarifas sobre as importações americanas de 125% para 10%. Essa mudança é recebida com otimismo por parte do governo brasileiro, já que diminui as chances de que produtos que não entram nos EUA acabem sendo desviados para o Brasil.

A secretária observou: “O entendimento entre Estados Unidos e China é algo positivo para a economia global, para o comércio internacional e para o Brasil. Do ponto de vista do Brasil, em particular, o entendimento entre os dois mitiga o risco de desvio de comércio.” Essa perspectiva é especialmente pertinente considerando a preocupação de setores específicos da indústria brasileira, como o de calçados e confecções, que temem a invasão de produtos chineses no Brasil.

Preocupações do setor industrial

Prazeres, a secretária de Comércio Exterior, enfatizou que com as tarifas anteriores, de 145%, havia uma pressão significativa sobre o comércio brasileiro. “Setores como os de calçados e confecções estão preocupados com a invasão de produtos chineses no Brasil”, destacou. A expectativa é que essa nova formulação tarifária ajude a arrefecer as tensões comerciais entre as duas potências, o que seria mais positivo do que negativo para o Brasil.

Perspectivas para as exportações brasileiras

A secretária também comentou sobre as negociações em paralelo que estão acontecendo entre Brasil e EUA. As exportações brasileiras de aço e alumínio estão submetidas a uma tarifa de 25% dos EUA, e outros produtos enfrentam sobretaxas de 10%. “É importante que não haja prejuízo para o Brasil em decorrência de acordos que venham a ser firmados”, disse.

Existem ainda preocupações sobre a possibilidade de que, com a redução das tarifas chinesas sobre produtos agrícolas americanos, as exportações brasileiras de soja poderiam sofrer. No entanto, a secretária afirmou que os danos potenciais à economia global e ao comércio internacional superam os ganhos pontuais que o Brasil poderia obter com esse cenário. “Em casos pontuais, isso poderia gerar oportunidades para o Brasil, mas essas oportunidades não compensariam os riscos e os danos à economia global”, afirmou.

A importância do entendimento comercial

O recente entendimento entre os EUA e a China pode ser visto como um passo significativo na redução das tensões comerciais globais que têm impactado diversas nações, incluindo o Brasil. Embora o cenário continue desafiador, considerando as tarifas ainda em vigor em muitos setores, a esperança é que o novo acordo conduza a um ambiente de comércio mais favorável e equilibrado.

Conforme as negociações avançam, espera-se que o Brasil continue monitorando cuidadosamente as alterações no cenário internacional para garantir que interesses nacionais sejam preservados e explorados adequadamente, minimizando os riscos associados ao comércio internacional e destacando as oportunidades que podem surgir mesmo em tempos de incerteza política e econômica.

Com compromissos firmados e um olhar atento para as dinâmicas globais, o futuro do comércio internacional e a posição do Brasil nos mercados globais podem ser moldados por essas novas relações comerciais estabelecidas nas últimas semanas.

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