O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tem gerado apreensão na economia global com suas declarações sobre tarifas comerciais. Após a recente melhora nas negociações com a China, que trouxe esperanças ao mercado, Trump anunciou que pode voltar a aumentar as tarifas caso um acordo não seja alcançado em um prazo de 90 dias. Porém, segundo ele, esses aumentos não deverão atingir os alarmantes 145% que vigoraram anteriormente.
Impactos das tarifas sobre a economia global
Em uma coletiva, Trump afirmou que qualquer elevação nas tarifas seria “substancial”, mas ressaltou que os percentuais não voltariam a patamares extremos. “A 145% você está realmente se desvinculando, ninguém vai comprar… mas elas (as tarifas) podem subir”, disse, dando a entender que um acordo será necessário para evitar um novo aumento de custos para produtos importados.
Esse retorno à retórica protecionista gera preocupação entre analistas e economistas sobre os efeitos que isso pode ter na economia norte-americana e mundial. A maneira errática com que o presidente busca equilibrar a balança comercial foi mencionada pelo ministro da Fazenda do Brasil, Fernando Haddad. Ele destacou que essa instabilidade faz com que alguns fundos financeiros permaneçam cautelosos em relação ao impacto do acordo entre China e EUA no mercado global.
Acordo e suas repercussões
Recentemente, um acordo inicial entre os Estados Unidos e a China foi anunciado após três dias de intensas negociações em Genebra. Especialistas se mostraram surpresos com a velocidade das conversações, embora destacassem que esse é apenas um primeiro passo em um caminho que promete ser longo e complicado.
Além disso, a notícia trouxe um respiro para o Brasil. O presidente Trump afirmou que as tarifas sobre o aço brasileiro seriam mantidas, o que pode evitar um impacto significativo nas exportações brasileiras do produto. No entanto, a valorização do dólar pode pressionar a inflação no Brasil, uma preocupação que cresce à medida que um eventual aumento nas compras de commodities agroamericanas por parte da China pode afetar diretamente as exportações brasileiras de soja, por exemplo.
Expectativas e cenário econômico no Brasil
- No Brasil: O vice-presidente Geraldo Alckmin elogiou a trégua entre China e EUA, defendendo o multilateralismo e esperando uma significativa queda da Selic.
Apesar das declarações anticlímax de Trump, ao indicar a possibilidade de aumento de tarifas, ele deixou claro que não almeja um descasamento completo das economias americana e chinesa. O impacto da guerra comercial já está sendo sentido, com a economia dos EUA apresentando sinais de fraqueza e uma inflação crescente. O Federal Reserve (Fed), banco central americano, decidiu manter os juros inalterados na semana passada, sinalizando incertezas em torno da recuperação econômica.
Conclusão: um caminho repleto de desafios
Embora Trump tenha declarado que a economia chinesa esteja “muito machucada”, os dados mostram que as duas potências saíram feridas da guerra comercial. A busca por uma solução racional no âmbito capitalista permanece em pauta, e a pressão econômicas provavelmente continuará a influenciar as decisões futuras. A incerteza gerada por declarações como a de Trump sublinha a necessidade de um acompanhamento atento das negociações e suas repercussões nas economias não apenas da América, mas de todo o mundo.
Com a certeza de que a racionalidade capitalista pode prevalecer, os próximos dias serão cruciais para entender se um acordo definitivo será alcançado ou se novos desafios surgirão no decorrer deste embate econômico.