Em meio a desafios, a história de Lu e sua famosa Costela do LÚ destaca o poder do empreendedorismo na periferia. Uma narrativa repleta de superação, amor e dedicação que inspira muitos a seguir seus sonhos.
A jornada de Lu: do hobby ao negócio
Empreender na favela não é apenas uma questão de vontade; exige disciplina, resiliência e uma criatividade que surge da escassez. Lu, conhecido pela sua Costela do LÚ, sempre teve uma ligação especial com a cozinha, onde os momentos com a família se misturavam a assados saborosos durante os finais de semana. No entanto, vender comida nunca foi uma aspiração de vida para ele. Essa ideia só começou a ganhar forma em 2014, quando a crise financeira levou Lu a repensar sua trajetória.
Depois de comprar uma churrasqueira a bafo e montá-la em frente de sua casa no Jardim Macedônia, na zona sul de São Paulo, Lu não teve sucesso imediato: nada foi vendido no primeiro fim de semana. Mas as dificuldades não o desanimaram. Ao contrário, ele se voltou para a criatividade e começou a divulgar seus pratos através das redes sociais, onde lentamente viu os primeiros pedidos aparecerem.
Do sonho à realidade: o início de um novo capítulo
Depois de seis meses de luta, um novo marco surgiu. O proprietário do açougue local, Sr. Levi, ofereceu um espaço para Lu vender suas delícias. Naquele dia, todas as unidades de carne que ele trouxe foram vendidas. Essa experiência foi o ponto de virada que impulsionou Lu a se tornar um empresário no mundo das paradas de sucesso da periferia.
A partir desse dia, Lu trabalhou incansavelmente. Ele aprimorou suas receitas, conquistou a fidelidade de seus clientes e passou a trabalhar num food truck, levando sua culinária para diferentes locais. Onde quer que Lu estacionasse, seus assados atraíam a atenção de novos clientes, e ele deixava a saudade de um sabor inesquecível por onde passava.
Um novo nível de sucesso
Em abril de 2025, Lu deu mais um passo em direção ao seu sonho ao abrir seu próprio restaurante. Essa conquista não foi apenas o destino de um empreendedor; foi um recomeço que refletiu a verdadeira essência de quem empreende na favela, sempre pronto para recomeçar quando necessário. O que começou como uma renda extra se transformou em seu propósito de vida, uma missão que ele abraçou com todo coração.
Embora não tenha feito nenhum curso formal de culinária, Lu sempre tratou o ato de cozinhar como uma extensão do cuidado e amor familiar. Ele sempre acreditou que ao servir, estava alimentando não apenas o corpo, mas também a alma das pessoas. Essa mentalidade o ajudou a conquistar sua casa própria e, mesmo durante períodos difíceis, como a pandemia, ele não perdeu a fé em seu propósito; seu trabalho era sua vocação.
Empreender com amor e dedicação
A mensagem que Lu deixa é clara: gastronomia é uma arte que vai além do lucro; é sobre servir as pessoas com carinho. “Se você quer empreender, faça com amor, dedicação e muita verdade. Sirva como se fosse para quem você ama,” ele diz. Essa filosofia revolucionária mostra que, com cada costela servida, há uma possibilidade real de impactar vidas. Lu é apenas um exemplo de muitos que demonstram que a quebrada não pede esmola; ela clama por espaço e oportunidades.
Com sua história de sucesso, Lu representa a força do empreendedorismo na periferia. Sua trajetória revela um reflexo da coragem e criatividade que existem nas comunidades menos favorecidas, onde o talento e a determinação podem florescer mesmo sob as condições mais desafiadoras. A luta diária não é apenas por lucros, mas pela transformação de vidas e pela inspiração que ele proporciona aos outros ao seu redor.
Assim, a Costela do LÚ se torna um símbolo da força e da esperança, mostrando que empreender é uma forma de resiliência, uma arte que pode mudar realidades. Na brasa da perseverança, Lu assa seus sonhos e serve esperança em cada pedaço de carne, reafirmando que, na favela, a luta é constante, mas a vitória é possível.
