O Hospital Dr. Léo Orsi Bernardes, localizado em Itapetininga, está no centro de uma controversa investigação após o afastamento de dois médicos devido a denúncias de negligência médica. O Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) anunciou nesta segunda-feira (12) a abertura de uma sindicância para apurar os casos que se tornaram matéria-prima de grande preocupação para a comunidade local.
O caso da gestante e o triste desfecho
A Prefeitura de Itapetininga tomou a decisão de afastar um médico que estava responsável pelo atendimento prestado a uma paciente gestante, que buscou ajuda no Hospital Léo Orsi Bernardes no dia 3 de abril, com dores, mas foi dispensada sob a alegação de que não apresentava dilatação. Contudo, no dia seguinte, a mesma mulher retornou à unidade e uma cesariana de emergência foi realizada. Infelizmente, o recém-nascido não sobreviveu e chegou a ser transferido para um hospital em Sorocaba.
Primeiro afastamento e reações da família
O primeiro afastamento ocorreu em 16 de abril, quando a família de uma criança de um ano e seis meses registrou um boletim de ocorrência denunciando negligência médica após a morte do bebê no pronto-socorro do HLOB, um acontecimento que chamou a atenção das autoridades e da mídia local.
A assessoria de imprensa do Ministério Público do Estado de São Paulo, por sua vez, está em contato com a Promotoria em Itapetininga para investigar se outras ações já estão em andamento relacionadas a estas ocorrências. A prefeitura expressou sua solidariedade às famílias afetadas e reforçou seu compromisso em investigar os fatos a fundo, embora não tenha esclarecido se novos médicos foram contratados para cobrir a demanda da unidade hospitalar durante o processo.
Posicionamento do hospital e garantias às famílias
Em resposta às denúncias, o Hospital Léo Orsi Bernardes emitiu uma nota explicativa, afirmando que o médico responsável pelo atendimento da segunda paciente na maternidade foi suspenso até que todos os fatos sejam devidamente apurados. O hospital também garantiu que o médico que estava envolvido no atendimento ao bebê de um ano segue afastado, destacando sua postura de transparência e compromisso com a justiça.
“Ressaltamos que, em ambos os casos, as apurações dos fatos estão sendo conduzidas de forma transparente, técnica e justa, assegurando aos envolvidos o contraditório e a ampla defesa. Manifestamos nossos mais profundos sentimentos às famílias enlutadas”, declarou a direção do hospital.
A relevância das investigações
Esse cenário evidencia a importância das investigações em casos de alegações de prática médica inadequada. O Cremesp, ao abrir a sindicância, busca não apenas garantir que os fatos sejam apurados de forma precisa, mas também proteger os direitos dos pacientes e suas famílias, assegurando a qualidade do atendimento médico na região.
As circunstâncias em torno deste caso específico levantam questões sobre a responsabilidade dos profissionais de saúde e a eficácia da gestão hospitalar em situações críticas. O Hospital Léo Orsi Bernardes tem sido o foco de críticas, mas o desfecho das investigações poderá ajudar a embasar medidas corretivas que, eventualmente, assegurem um atendimento mais seguro e eficiente.
Acompanhamento da situação
Com as investigações atuais ainda em andamento, a população de Itapetininga aguarda ansiosamente por esclarecimentos e resultados que possam trazer justiça às famílias afetadas pelas ocorrências. A atenção pública e o apelo por respostas são um reflexo do clima de apreensão e a necessidade de maior vigilância sobre os serviços médicos na comunidade.
Em conclusão, enquanto as apurações prosseguem, os desdobramentos desse caso não apenas impactarão aqueles diretamente envolvidos, mas também servirão como um alerta de conscientização sobre a importância da saúde pública e profissionalismo médico em todo o Brasil.