O presidente Luiz Inácio Lula da Silva revelou durante sua visita a Pequim que a China irá investir mais R$ 27 bilhões no Brasil, com foco nas áreas de infraestrutura e tecnologia. Este movimento também inclui um fortalecimento da educação, com a formação de profissionais essencial para atender à demanda gerada por esses investimentos.
Importância da parceria Brasil-China
Lula participou do Fórum Empresarial Brasil-China, onde encontrou investidores de ambos os países. De acordo com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), o fluxo comercial entre Brasil e China gira em torno de US$ 160 bilhões. O presidente brasileiro destacou a relevância da relação bilateral, enfatizando que não é uma “relação comum”, mas uma aliança estratégica para enfrentar desafios econômicos e sociais.
“A China conseguiu tirar 800 milhões de pessoas da pobreza nos últimos 40 anos. O Brasil, em uma década, conseguiu tirar 54 milhões de pessoas da fome”, afirmou Lula, ressaltando a importância da inclusão econômica.
Além disso, o presidente fez referência à necessidade de integrar ainda mais os dois países, especialmente em tempos de crescente protecionismo global. Ele mencionou a ambição de expandir o intercâmbio turístico e fortalecer as conexões aéreas entre Brasil e China.
Iniciativas e avanços
O presidente lembrou um encontro anterior com o líder chinês Xi Jinping, onde foram puídas as bases para diversas sinergias entre os projetos de ambos os países. “Estamos colhendo os primeiros frutos desse trabalho”, declarou Lula, apresentando várias iniciativas que avançaram desde então.
“Estabelecemos um Centro Virtual de Pesquisa e Desenvolvimento em Inteligência Artificial, resultando de uma parceria entre a Dataprev e a Huawei, o que será crucial para setores como agricultura e saúde”, explicou Lula.
Outro ponto tratado foi a cooperação na área de saúde, com a assinatura de oito acordos que visam a transferência de tecnologia na produção de medicamentos e vacinas, entre outros. A colaboração entre o Senai Cimatec e a empresa Windey também foi mencionada, o que deverá resultar na criação de um Centro de P&D em energias renováveis.
Infraestrutura e logística
Lula enfatizou a relevância de novos projetos de infraestrutura, como o Corredor Ferroviário Leste-Oeste, que promete fomentar a logística no Brasil e, por consequência, a segurança alimentar mundial. Este corredor interligará os oceanos Atlântico e Pacífico através de cinco rotas de integração, encurtando a distância entre Brasil e China em cerca de 10 mil quilômetros.
“Essas rotas irão facilitar o comércio e promover um desenvolvimento mais intenso no interior sul-americano”, afirmou o presidente.
Educação como pilar do desenvolvimento
Lula apontou que a transformação tecnológica demandará uma nova geração de profissionais altamente qualificados, o que requer um investimento robusto na educação. O presidente destacou a importância de fortalecer a formação em áreas como engenharia e matemática, para que o Brasil não se contente apenas em exportar commodities.
“Para ser competitivo no mundo digital, precisamos investir em educação, assim como a China fez”, disse Lula, referindo-se aos milhões de engenheiros formados no país asiático.
O presidente alertou que, sem esse investimento, o Brasil ficará atrás em inovações e tecnologia, reiterando a necessidade de utilizar os lucros do agronegócio para fomentar a educação e, consequentemente, a competitividade do Brasil na arena global.
Tecnologia e commodities
Em seu discurso, Lula também abordou as críticas em relação à exportação de commodities, explicando que essas exportações são, na verdade, um reflexo positivo do agronegócio brasileiro. O presidente defendeu que, por trás de produtos como soja, há avançadas tecnologias que, se ampliadas, podem transformar a economia brasileira.
“Temos que usar a receita gerada pela exportação de produtos para investir em tecnologia e garantir que o Brasil seja competitivo na produção de baterias elétricas e inteligência artificial”, concluiu.
Essa visita a Pequim e os novos acordos firmados refletem não apenas uma expectativa de crescimento econômico, mas também um compromisso claro com a inovação e a inclusão social, pilares fundamentais para o futuro do Brasil.
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