Na manhã desta segunda-feira, 12 de maio de 2025, as principais bolsas de Nova York abriram em forte alta, impulsionadas pelo recente acordo entre as duas maiores economias do mundo. Estados Unidos e China concordaram em reduzir substancialmente as tarifas sobre produtos importados, trazendo um alívio significativo ao mercado financeiro após semanas de tensões. Essa redução nas tarifas, que podem ser vistas como um sinal de desescalada nas relações comerciais, provocou reações positivas entre investidores.
Os números do acordo
Durante um período de 90 dias, as tarifas recíprocas sobre as importações chinesas cairão de impressionantes 145% para apenas 30%. Por outro lado, as tarifas que a China impunha sobre produtos americanos serão reduzidas de 125% para 10%. Essa mudança é uma resposta direta ao “tarifaço” implementado pelo então presidente americano Donald Trump, que levou a uma onda de incerteza nos mercados globais.
A reação imediata do mercado foi clara. Por volta das 10h30, o índice Dow Jones registrava uma alta de 2,37%, enquanto o S&P 500 subia 2,73% e a Nasdaq disparava 3,70%. O bom humor dos investidores é reflexo da esperança de que o acordo possa mitigar os riscos de inflação e desaceleração econômica que vinham se agravando. Com o aumento das tarifas, o temor era de que os preços finais subissem, afetando o consumo e levando a uma possível recessão global.
Reações do mercado financeiro
O clima otimista não ficou restrito apenas aos EUA. Na China, as bolsas também fecharam em alta, com o yuan alcançando seu maior valor em seis meses, cotado a 7,2001 por dólar. O CSI 1000, um dos principais índices da bolsa chinesa, teve uma alta de 1,40%, enquanto o Hang Seng de Hong Kong subiu 3,12%.
A redução das tarifas foi vista como um passo significativo, superando as expectativas de muitos analistas que previam uma diminuição mais modesta. “Eu achava que as tarifas seriam reduzidas para algo em torno de 50%,” comentou Zhiwei Zhang, economista-chefe da Pinpoint Asset Management. “Obviamente, essa é uma notícia muito positiva para as economias de ambos os países e para a economia global.”
A perspectiva a longo prazo
No entanto, especialistas advertem que, apesar do acordo, o cenário permanece incerto. Mark Williams, economista-chefe para a Ásia da Capital Economics, notou que ainda existem tarifas altas em vigor, o que pode continuar pressionando as relações comerciais entre os dois países. “Não há garantia de que a trégua de 90 dias resultará em um cessar-fogo duradouro,” alertou.
Com uma nova dinâmica nas relações comerciais, é natural que o mercado busque recalibrar e se adaptar. Thomas Hayes, presidente da Great Hill Capital LLC, comentou: “O mercado precisa se recalibrar para a situação anterior ao ‘Dia da Libertação’, e isso parece uma economia em crescimento muito construtiva.”
Impacto global e reações europeias
As novidades vindas de Wall Street também afetaram as bolsas europeias, com indicadores como o DAX da Alemanha, CAC 40 da França e FTSE 100 do Reino Unido, todos apresentando altas significativas. A confiança global foi temporariamente restaurada, levando a uma busca por ativos de maior risco e aliviando as preocupações em torno de possíveis crises financeiras.
O acordo entre EUA e China não apenas apaga as tensões recentes, mas também restaura a esperança de um comércio mais livre e eficiente. Contudo, será crucial observar como as negociações evoluirão nos próximos meses e se haverá um comprometimento real para garantir a durabilidade desse acordo.
Conclusão
O anúncio do acordo de redução de tarifas entre os Estados Unidos e a China representa uma virada significativa nas relações comerciais e um sopro de alívio para os mercados financeiros globais. Apesar das incertezas que ainda pairam sobre as negociações, a nova disposição para dialogar pode ser um passo importante rumo à estabilização econômica. Investidores e economistas permanecem vigilantes, à espera de como esse novo cenário se desdobrará nos próximos meses.