Márcia Marques Ruiz, de 41 anos, está em processo de recomeço após ser vítima de uma tentativa de feminicídio de seu ex-companheiro em Guarujá, litoral de São Paulo. A mulher, que ficou internada por quase um mês, agora busca reconstruir sua vida após uma série de agressões brutais e traumatizantes.
A tentativa de feminicídio
A história trágica de Márcia ganhou destaque após ela conseguir escapar do agressor, de 37 anos, com a ajuda de seu filho de apenas cinco anos. O homem foi posteriormente preso por violência doméstica e tentativa de feminicídio. O último episódio de violência ocorreu durante uma briga motivada por ciúmes em março deste ano.
Dona de um relacionamento de 16 anos com seu agressor, Márcia revelou que já havia enfrentado diversas situações de violência. “No começo, ele era bom. Mas conforme o tempo foi passando, sua agressividade aumentou, principalmente quando ele começava a beber”, relatou a vítima. Ela destacou ainda que o ex-marido frequentemente a acusava de traição, o que culminou em episódios cada vez mais violentos.
Um ciclo de violência
As agressões não se restringiram apenas ao físico; Márcia também enfrentou abusos psicológicos e a privação de liberdade, sendo mantida em cárcere privado. Sua última experiência de violência foi aterradora – ela contou que foi agredida com socos, teve quatro dentes arrancados e parte do couro cabelo removido com uma faca. Márcia também sofreu queimaduras por água quente e fraturas em várias partes do corpo.
Após o ataque, Márcia recebeu ajuda de Mariana Correa Simões, uma ativista pelos direitos das mulheres. Em um gesto de solidariedade, Mariana ofereceu abrigo e cuidados médicos a Márcia, possibilitando que ela passasse por cirurgias faciais, conseguindo assim a reconstrução da sua aparência e saúde emocional.
A importância de denunciar a violência doméstica
Com a sua experiência, Márcia tornou-se uma voz importante para outras mulheres que enfrentam situações semelhantes. “Eu diria para elas denunciarem, porque eu demorei tanto tempo e olhem o que aconteceu comigo”, desabafou a vítima, que agora começa a ver uma luz no fim do túnel. “Eu me sinto aliviada e agora um pouco mais feliz”, acrescentou.
Um apelo à sociedade
Além de contar sua própria história, Márcia fez um apelo para que a sociedade se mobilize contra a violência doméstica, destacando a importância de apoiar iniciativas que combatam esse tipo de crime. “Precisamos de mais igualdade, mais estrutura para as mulheres que sofrem violência”, afirmou.
A prisão do agressor
O agressor de Márcia, Robson Perez Reis, foi indiciado por sua brutalidade e atualmente está preso. Após vários dias foragido, ele foi capturado em Araçatuba, interior de São Paulo. O caso repercutiu na mídia pelo seu grau de violência e pela coragem da mulher em buscar ajuda e se afastar da situação de perigo.
A delegada Edna Pacheco Fernandes Garcia, da Delegacia de Defesa da Mulher de Guarujá, informou que Robson será julgado por suas ações e que medidas rígidas estão sendo tomadas para garantir que tais crimes não permaneçam impunes.
Como buscar ajuda
Márcia agora vive em um abrigo e encontra apoio em grupos de acolhimento a vítimas de violência. Para quem está passando por situações similares, é essencial lembrar que existem recursos e grupos de apoio disponíveis. Denunciar a violência e procurar ajuda são passos cruciais na busca por liberdade e segurança.
Se você ou alguém que você conhece está enfrentando situações de violência doméstica, não hesite em procurar ajuda. Organizações locais estão disponíveis para oferecer suporte e orientações para enfrentar essas situações e buscar a proteção necessária.