Brasil, 11 de maio de 2025
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Cooperativa Vinícola Garibaldi inova com vinhedo experimental

Produtores de vinho da Serra Gaúcha buscam alternativas às mudanças climáticas com projeto inovador.

A Cooperativa Vinícola Garibaldi, localizada na Serra Gaúcha, iniciou um projeto inovador em 2019 com o objetivo de encontrar alternativas às mudanças climáticas que impactam a viticultura. Um vinhedo experimental foi criado com cerca de 50 variedades de uvas trazidas de diferentes países da Europa, incluindo Geórgia, Ucrânia, Romênia, Grécia, Hungria, República Tcheca, Portugal, Itália e Espanha. Com isso, busca-se não apenas diversificar a produção, mas também entender como essas uvas se adaptam às condições climáticas e de solo do Brasil.

A evolução do projeto e seus desafios

Ricardo Morari, enólogo da Cooperativa, ressalta a importância dos testes. “Já temos quase 50 uvas testadas. Algumas se adaptaram bem e tiveram continuidade”, afirma. O objetivo do projeto é compreender como as variedades respondem às condições climáticas, de solo e de terroir da região. Nesse sentido, a resistência das uvas às alterações climáticas é uma questão central.

O vinhedo ocupa uma área de quatro hectares e cultiva uma mistura predominante de uvas brancas, já que a Garibaldi é conhecida especialmente por sua produção de espumantes. A diversidade de variedades apresenta um desafio significativo: cada fileira do vinhedo é plantada com uma variedade diferente, o que aumenta a complexidade do manejo e requer uma atenção constante por parte da equipe. “São 50 variedades com características distintas, com ciclos de maturação variados. Precisamos monitorar todos os dias”, explica Evandro Bosa, gerente de assistência técnica da cooperativa.

O teste das microvinificações

Após a colheita, as uvas são levadas para a adega, onde são submetidas a microvinificações. Os testes são realizados ao longo de várias safras, uma vez que o clima pode variar bastante de um ano para outro. “Temos 17 variedades em processo de microvinificação agora”, conta Morari. A ideia é usar volumes pequenos e manter protocolos rigorosos durante a produção, para que as características aromáticas não sejam comprometidas, permitindo a identificação do perfil de cada variedade.

Resultados promissores e novos lançamentos

Uma das uvas testadas, a Palava, da República Tcheca, resultou em um vinho que já está sendo comercializado com sucesso. Morari destaca: “A Palava teve um desempenho excepcional e se tornou um rótulo que pode ser encontrado no mercado.” A vinificação dessa variedade é particularmente interessante, segundo Evandro Bosa, pois combina notas de frutas como maçã verde e pêssego, com um toque floral de rosas e jasmim, tornando-a uma opção refrescante e atraente para o consumidor.

Em busca de um perfil que dialogue bem com o público, a Garibaldi posiciona o Palava como um vinho mais descomplicado e acessível, especialmente voltado para aqueles que estão começando a explorar os vinhos brancos. “A categoria de vinhos brancos está crescendo no Brasil, e queremos nos conectar tanto com novos consumidores quanto com os tradicionais”, afirma André Luís Rech, gestor de comunicação da Garibaldi.

Desafios das mudanças climáticas na viticultura

Como especialistas destacam, a viticultura no Brasil é relativamente nova, mas a pesquisas com diferentes variedades se mostram promissoras. O pesquisador Vinicius Caliari, da Epagri, comenta que várias regiões tradicionais, diante das mudanças climáticas, têm enfrentado dificuldades na produção de uvas. “Estamos vendo uma migração para áreas mais frias e de altitude”, explica.

A adaptação de variedades resistentes a doenças fúngicas e alterações climáticas se torna ainda mais relevante. “Os testes com novas variedades são fundamentais para garantir a sustentabilidade da produção”, afirma Caliari. A Cooperativa Vinícola Garibaldi, assim, se destaca como uma pioneira na aplicação de práticas que buscam minimizar o impacto ambiental enquanto exploram novas possibilidades no mercado de vinhos.

Uma abordagem sustentável ao cultivo

Para enfrentar os problemas causados por fenômenos naturais, a Garibaldi tem seguido uma abordagem sustentável. Bosa relata que a utilização de cobertura vegetal no vinhedo tem ajudado na proteção do solo, especialmente em períodos de chuvas intensas. “Tivemos poucas perdas de solo durante enchentes, graças à cobertura”, ressalta. Essa técnica de recomposição do solo não só previne a erosão, como também contribui para a manutenção da fertilidade a longo prazo.

Com essas inovações e análises constantes, a Cooperativa Vinícola Garibaldi está se posicionando de maneira assertiva no cenário vitícola brasileiro, buscando não apenas preservar a qualidade de seus produtos, mas também contribuir para um futuro mais sustentável na produção de vinhos.

Cláudia Meneses viajou a convite da Cooperativa Vinícola Garibaldi.

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