A Festa do Divino Espírito Santo de Mogi das Cruzes, que neste ano acontece de 29 de maio a 8 de junho, traz uma rica tradição que encanta tanto os devotos quanto os turistas. Durante a festividade, uma variedade de artesãos da região se destaca ao produzir peças inspiradas no tema do evento, criando produtos que vão desde canecas e bijuterias até almofadas e chaveiros. Cada obra é uma demonstração não apenas de habilidade, mas de um profundo respeito e devoção ao Divino Espírito Santo.
Produção artística durante todo o ano
Embora a produção de peças artesanais acentue durante a Festa do Divino, muitos artistas como Cidinha Almeida, conhecida por seus trabalhos com biscuit e resina, confeccionam itens durante todo o ano. Cidinha explica que começa sua produção em outubro, preparando lembranças para serem doadas pelas rezadeiras durante as celebrações. “São lembrancinhas para doarem na Entrada dos Palmitos e nas rezas”, conta ela, enfatizando que o crescimento no número de pedidos é uma constante, especialmente próximo às festividades.
Cidinha também menciona que as pessoas doam artesanatos para expressar gratidão após alcançarem graças através do Divino. “Eu não comento quem fez e quem doou. Deixo lá e as pessoas podem pegar”, revela, destacando a natureza comunitária e solidária que a festa promove. O artesanato, para ela, é uma conexão direta com a história da cidade e a tradição cultural que é celebrada anualmente.
Artistas no coração da cultura local
Além de Cidinha, outros artistas, como AnaMarB, também têm uma longa ligação com a Festa do Divino. Com mais de 53 anos de experiência, AnaMarB faz parte da Oficina Divineira, um coletivo que reúne aproximadamente 25 artesãs que expõem seus trabalhos de arte durante a quermesse. “Eu participo com porcelana, tela, e este ano estou inovando com almofadas”, diz ela. Essa capacidade de reinvenção é uma das razões pelas quais a festa atrai visitantes todos os anos.
Os clientes frequentemente aparecem antes da festa, garantindo suas peças, sabendo que a demanda cresce à medida que as comemorações se aproximam. AnaMarB é especialmente admirada por sua dedicação à produção artesanal, que não apenas enriquece a festa, mas também oferece um meio de sustentação para muitas famílias envolvidas na atividade.
Moda e devoção
A devoção ao Divino Espírito Santo se estende até os acessórios pessoais. Mônica Cazarine, proprietária de uma loja de semijoias em Mogi, ressalta o impacto significativo da celebração nas vendas de sua coleção chamada “Proteção”. “Uma das medalhas que mais vendemos é do Divino Espírito Santo”, conta Mônica, que observa um aumento médio de 30% nas vendas de itens relacionados à festividade. Os colares, pulseiras e brincos que apresentam a imagem do Divino são extremamente procurados, especialmente durante a época da festa.
A criação de coleções temáticas, para Mônica, é uma forma de celebrar e perpetuar a rica tradição da Festa do Divino. “É muito significativo criar uma coleção especial para esse momento”, explica, evidenciando como esses acessórios não são apenas produtos, mas sim símbolos de fé que unem a comunidade.
A importância da Festa do Divino
O evento deste ano promete ser uma celebração memorável, com o tema “Divino Espírito Santo e São Francisco, nosso irmão! Ensinai-nos a contemplar o esplendor da criação”. Sob a liderança de festeiros como João Pedro Mota e os capitães-de-mastro, Lizandro e Patrícia, a festa não apenas celebra a religiosidade, mas também promove a cultura e a tradição artística que marcam a cidade de Mogi das Cruzes.
Os artesãos da cidade desempenham um papel crucial na manutenção dessa tradição, garantindo que a essência do Divino Espírito Santo continue vibrante. O legado cultural, entrelaçado com a fé, revela uma comunidade unida pela devoção e pela arte, proporcionando experiências inesquecíveis tanto para locais quanto para os que visitam Mogi das Cruzes durante essa época festiva.
