Brasil, 11 de maio de 2025
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A importância do tempo em campo na valorização de jovens jogadores

Minutagem se torna fator crucial na valorização de atletas no futebol brasileiro, destacando jovens talentos no mercado.

Nos dias de hoje, o futebol não é apenas um jogo, mas uma complexa dinâmica de mercado onde cada movimento em campo pode influenciar o valor financeiro dos jogadores. O tempo em campo, especialmente para os jovens atletas, se tornou um dos principais indicadores de valorização. Na nova realidade do futebol, os clubes percebem que cada minuto jogado representa uma oportunidade de lucro no futuro, além de ser um indicativo de potencial e desenvolvimento do atleta.

O tempo em campo como moeda no futebol

Segundo Eduardo Dias, CEO da Footure, consultoria que monitora o mercado de jogadores, “o número de minutos jogados é o melhor preditor de valor futuro de um jovem jogador”. A experiência adquirida em campo não apenas molda as habilidades do atleta, mas também lhe dá visibilidade no mercado. O desenvolvimento de um jogador se torna evidente à medida que ele acumula tempo em campo, especialmente durante seus anos mais formativos.

O mercado de jogadores tem mostrado que, em média, o valor de um atleta cresce até os 23 ou 24 anos. Após essa idade, mesmo que um jogador ainda contribua esportivamente, seu valor tende a cair. Um exemplo claro disso é o meia-atacante Jhon Arias, do Fluminense. Com 27 anos, ele é o atleta mais valioso do clube, avaliado em 16 milhões de euros, enquanto o jovem Martinelli, de apenas 22 anos, já acumula uma valorização expressiva, com um valor estimado em 9 milhões de euros.

Minutos em campo e o modelo de negócios dos clubes

A análise mais criteriosa dos dados da base de jogadores se tornou essencial para a estratégia financeira dos clubes brasileiros. Infelizmente, apesar de serem grandes exportadores de talentos, o Brasil ocupa apenas a 8ª posição em faturamento pela venda de jogadores. Isso indica uma necessidade de evolução nos modelos de negócios dos clubes, que vão desde gigantes como Flamengo e Palmeiras, até os times menores que também precisam se reinventar financeiramente.

A maximização de lucros requer atenção aos detalhes, até mesmo aspectos como o mês e o ano de nascimento dos jogadores, que influenciam nas oportunidades de jogo durante competições internacionais. Para Dias, “a minutagem com a qual o jogador chega ao profissional é crucial”, mais do que o número de gols, que pode depender do nível de competitividade dos jogos.

Exemplos práticos no Brasileirão

De acordo com dados da Footlink, o Palmeiras e o Botafogo são algumas das equipes que têm dado mais minutos a jogadores sub-23 no Campeonato Brasileiro, refletindo uma estratégia mais aguçada em relação ao mercado. Um caso recente é a venda do zagueiro Vitor Reis, de 19 anos, pelo Palmeiras ao Manchester City por 37 milhões de euros, um marco como a maior venda de um defensor brasileiro.

É importante ressaltar que a contagem de minutos não é o único fator que contribui para a avaliação de um jogador. Aspectos como posicionamento, eficiência em campo, passaporte europeu e a liga em que atuam também desempenham papéis críticos na formação do valor de mercado.

O papel dos treinadores e a gestão do desempenho

A coordenação entre treinadores e a visão de negócio dos clubes é fundamental. Carlos Leiria, que treinou o sub-20 do Botafogo, argumenta que, apesar de toda a tecnologia disponível para maximizar o desempenho dos jogadores, é vital lembrar que atletas não são máquinas. Assim, mesmo com dados e análises avançadas, é necessário um equilíbrio no uso desses recursos.

“A partir do quinto jogo seguido, o rendimento tende a cair”, afirma Leiria, que enfatiza a importância de um planejamento alinhado entre a comissão técnica e a análise de desempenho. “Os jovens jogadores atuam com menos frequência na base, o que favorece seu desenvolvimento técnico. No entanto, a pressão por resultados exige uma gestão cuidadosa para que a qualidade do desempenho e a lucratividade andem lado a lado”, conclui.

Em suma, o tempo em campo se transforma em ativo valioso no futebol brasileiro e a forma como os clubes gerenciam esse recurso pode ser determinante para seu sucesso financeiro e esportivo.

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