No cenário vibrante da conferência anual ETHDenver, Andrew Batey se destacava entre os profissionais de tecnologia, não apenas pelo seu moletom que exibia logos de criptomoedas, mas pela peculiar razão de sua presença: ele estava se preparando para uma luta ao vivo no YouTube. O investidor de capital de risco da Flórida, aos 40 anos, dedicava-se a um novo e inusitado hobby que vem cativando a elite tecnológica americana: as artes marciais. O que começou como uma maneira de se manter em forma transformou-se em uma verdadeira paixão de luta.
Um novo fenômeno entre profissionais de tecnologia
Com o avanço das redes sociais e a influência crescente de figuras como Mark Zuckerberg, os profissionais da tecnologia, tradicionalmente vistos como ‘nerds’, estão abraçando um novo ideal de masculinidade agressiva, impulsionado pelo desejo de se desafiar fisicamente. Zuckerberg, conhecido por sua trajetória no jiu-jitsu brasileiro, provocou uma vaga de interesse neste estilo de vida atlético, fazendo com que muitos fundadores de startups se aventurassem nas ringues de luta, buscando um equilíbrio entre o sucesso financeiro e um novo tipo de virilidade.
“Esta é minha festa de 40 anos: eu lutando. Talvez seja uma crise de meia-idade”, disse Batey, refletindo sobre sua decisão de entrar no mundo das lutas. Ele dedicou quatro meses inteiros de intenso treinamento, contratando um nutricionista e um treinador pessoal, revelando que muitos desse novo grupo de lutadores têm em comum a fortuna acumulada antes de entrar nesse nicho excêntrico.
A ascensão de competições como o Influencer Fight Club
Dentro dessa nova cultura, surgiu o Influencer Fight Club, onde executivos do setor de tecnologia se enfrentam em lutas caseiras, frequentemente atraindo atenção significativa de criptomoedas e twitter. Batey, por exemplo, fez sua estreia no evento após ter observado outros participantes da comunidade empreenderem suas próprias lutas, como Nic Carter, que conquistou grande popularidade após nocautear um oponente em uma luta anterior.
A Karate Combat, uma organização que combina o espírito de uma liga esportiva com as dinâmicas de uma startup, tem sido uma plataforma significativa para esses eventos. Em vez de infraestrutura tradicional, ela oferece aos atletas oportunidades para lucros em criptomoedas. Isso permitiu que Batey investisse e participasse ativamente dessa nova fase de entretenimento, onde o jargão das criptomoedas se mistura à adrenalina das artes marciais.
O confronto de Batey e St. John
O confronto de Batey não foi apenas um evento esportivo, mas uma narrativa sobre superação e preparação. Seu oponente, Chauncey St. John, um empreendedor que havia enfrentado desafios no setor de criptomoedas, também viu a luta como uma oportunidade de renascimento. St. John havia buscado significado após um colapso em sua carreira, recuperando-se por meio da luta e da fé.
Durante o evento, que despertou grande expectativa entre os lídres da tecnologia, os dois lutadores realizaram performances que, embora distantes das lutas profissionais típicas, proporcionaram entretenimento a um público ávido. O resultado final traiu a falta de experiência dos lutadores: em uma luta mais parecida com uma briga de escola do que uma competição organizada, Batey acabou se destacando ao vencer após dominar St. John e desferir uma série de socos.
Um espetáculo no ETHDenver
O evento, que ocorreu no Stockyards Event Center e foi transmitido online, não apenas exemplificou a crescente conexão entre a tecnologia e as artes marciais, mas também refletiu a transformação de muitos líderes tecnológicos que buscam experiências além do mero acúmulo de riqueza. Em um clamor de celebração e emoção, Batey ergueu os braços após a vitória e agradeceu publicamente sua esposa pelo apoio, simbolizando que, apesar das lutas, o verdadeiro triunfo vem de um suporte sólido em casa.
Esta tendência de cruzamento entre tecnologia e artes marciais se mantém forte, e muitos na indústria continuam a se inspirar nessa fusão como um meio de autoexpressão, comunidade e, claro, entretenimento. O fenômeno parece ter apenas começado, com eventos agendados e uma audiência crescente ansiosa por ver como a elite tecnológica irá se comportar no ringue.