Brasil, 12 de maio de 2025
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A corrida como conexão entre mãe e filha após um AVC

Ana Luiza Rigue encontrou na corrida uma forma de se conectar com sua mãe após um AVC que a deixou debilitada.

Quando dificuldades e desafios se apresentam em nossas vidas, pode haver oportunidades para redesenhar laços e conexões. Esse foi o caso de Ana Luiza Rigue, uma estudante de 21 anos, que transformou uma promessa em um ato de amor e superação. Após sua mãe, Luciana Gambarato, sofrer um AVC, Ana decidiu correr a Meia Maratona do Rio como uma forma de se conectar com ela.

A promessa que mudou tudo

Ana Luiza nunca havia corrido mais do que 5km, mas a situação crítica de sua mãe a motivou a se preparar para os 21km. “Eu tinha medo de que ela não voltasse para casa”, conta Ana. É em momentos de crise que o instinto de sobrevivência e amor se revela, levando-a a fazer uma promessa que mudaria não apenas sua vida, mas a de sua família inteira.

A corrida sempre foi uma paixão de Luciana, que praticou o esporte a vida toda, participando de treinos e competições. Ana, por outro lado, nunca se deixou levar pelo entusiasmo da mãe. Contudo, com o AVC que deixou Luciana internada por 57 dias na UTI, Ana percebeu que deveria encontrar uma forma de se manter próxima, mesmo que fisicamente distante.

Preparação para a Meia Maratona

Com a ideia de correr, Ana começou a se preparar para a Meia Maratona do Rio. “Na minha cabeça, deste jeito, eu estaria por perto”, lembra. Cada treino era uma maneira de sentir a presença de sua mãe. “Eu queria mostrar que, se minha mãe tinha força para superar a UTI, eu teria força para enfrentar a corrida”, diz Ana.

Os treinos não foram fáceis e, frequentemente, Ana se viu tentada a desistir. No entanto, a lembrança de sua mãe e a promessa que fez a ajudaram a seguir em frente. “Era difícil, mas pensava nela, e isso me motivava”, conta. O apoio do pai, que assumiu responsabilidades na casa, e o carinho pelos irmãos também foram fundamentais nesse período de transição.

Superação e triunfo na corrida

No dia da prova, Ana fez uma corrida cheia de emoção. Ao cruzar a linha de chegada, as lágrimas de felicidade e superação tomaram conta. “Quando cheguei no quilômetro 19 senti muita dor, mas fechei os olhos e pensei nela”, relata. Seu esforço se transformou em uma corrida simbólica que não apenas representou a força de Luciana, mas também a força de uma filha que encontrou uma nova maneira de viver a conexão com a mãe.

A vitória dela na Meia Maratona foi mais do que um prêmio; foi um ato de amor. “Coloquei na legenda do meu vídeo: ‘Você sempre falou que ia no meu ritmo e hoje eu fui no seu'”, relembra Ana, com um sorriso emocionado.

A memória viva e o legado da corrida

Hoje, Ana continua correndo e encontra na atividade não só uma forma de fazer exercício, mas também um meio de estar próxima da mãe. “Penso que se tornou uma maneira de estar com ela todos os dias”, comenta. Luciana, apesar das limitações decorrentes do AVC, se recusa a se conformar e está sempre se esforçando para melhorar, fazendo fisioterapia e se dedicando a exercícios.

“Minha mãe tem limitações, mas a sua vontade de viver nos inspira. Em cada corrida, sinto que estamos juntas”, afirma Ana, adicionando que a relação entre eles se fortaleceu caso a case por essa experiência transformadora. “A dor nos uniu muito. E isso até hoje”, conclui fiamente.

Com força, determinação e amor, Ana Luiza Rigue mostra que, mesmo diante das dificuldades, a conexão entre mãe e filha se reescreve a cada passo dado. “Mãe, a gente ainda vai correr juntas”, é o mantra que agora ecoa entre elas.

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