Durante uma visita de uma semana à Rússia, a primeira-dama brasileira, Rosângela Lula da Silva, conhecida como Janja, explorou diversos locais icônicos, incluindo o Kremlin, o renomado Teatro Bolshoi, o Museu Hermitage e a deslumbrante Catedral do Sangue Derramado. Sua chegada antecipada ao país, quatro dias antes do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, gerou tanto interesse quanto controvérsia.
A jornada de Janja pela Rússia
Janja embarcou com uma comitiva precursora para Moscou no dia 2, sob a justificativa de que tinha agendas no local antes da chegada do presidente. Durante sua estadia, teve a oportunidade de visitar diversos pontos históricos de Moscou a convite do governo russo. A primeira-dama também se deslocou até São Petersburgo, considerada a capital cultural da Rússia, onde interagiu com professores e estudantes de Português na Universidade Estatal de São Petersburgo.
Em uma de suas visitações, Janja assistiu ao famoso ballet “Lago dos Cisnes” no prestigiado Teatro Mariinsky, uma experiência que enriqueceu ainda mais sua compreensão da cultura russa e fortaleceu os laços entre os dois países.
Encontro com educadores e estudantes
Na Biblioteca de Literatura Estrangeira, Janja encontrou-se com professores de língua portuguesa e alunos, onde discutiu a relevância de promover o ensino do português na Rússia. Durante essas interações, sublinhou a importância de “mostrar o Brasil real para os russos”, enfatizando a troca cultural entre as nações.
Chegada de Lula e atos oficiais
Após a chegada do presidente Lula, no dia 7, Janja passou a acompanhá-lo em todas as agendas oficiais, que incluíam almoços e jantares oferecidos pelo presidente russo, Vladimir Putin. Essa continuidade de compromissos marcava não apenas o fortalecimento das relações entre Brasil e Rússia, mas também a presença da primeira-dama nas interações diplomáticas.
Controvérsias acerca da viagem
No entanto, a viagem de Janja não passou despercebida das críticas. Uma ação judicial foi protocolada na Justiça Federal do Distrito Federal por parte do vereador de Curitiba, Guilherme Kilter, e do advogado Jeffrey Chiquini. A ação questiona a legalidade e especialmente os custos associados à viagem da primeira-dama, alegando que os gastos seriam excessivos para os cofres públicos.
Os autores da ação pedem a suspensão imediata de pagamentos, reembolsos e autorização de despesas custeadas pela União devido à viagem, além de requerer que o governo apresente, em até 15 dias, todos os documentos administrativos relacionados a viagens internacionais de Janja nos próximos anos, incluindo destinos como Nova York, Roma, Paris e outros.
Transparência nos gastos públicos
Em resposta a essas preocupações, a Advocacia-Geral da União (AGU) publicou um parecer no início de abril regulamentando a publicidade e a transparência nos gastos de viagens internacionais da primeira-dama. O documento estabelece que todos os deslocamentos e as respectivas despesas devem ser divulgados no portal da transparência, assegurando maior controle sobre os recursos públicos e a agenda da primeira-dama.
As novas regras exigem que a agenda de compromissos públicos de Janja seja tornada pública, a fim de proporcionar uma maior visibilidade sobre as despesas e atividades realizadas durante as viagens oficiais. Essa medida visa equilibrar o interesse pela cultura e política externas do Brasil com a responsabilidade fiscal e o padrão de transparência exigido pela população.
A visita de Janja à Rússia, repleta de encontros significativos e discussões importantes, destaca a importância do papel da primeira-dama não apenas na representação do Brasil no exterior, mas também na promoção da educação e da cultura, ao mesmo tempo em que levanta questões pertinentes sobre a gestão de recursos públicos.