Brasil, 10 de maio de 2025
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Inflação desacelera, mas pressões continuam na economia brasileira

O IPCA registrou alta de 0,43% em abril, mas economistas alertam para pressões inflacionárias que podem impactar a política de juros.

O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador oficial da inflação no Brasil, informou recentemente que o resultado de abril mostrou uma desaceleração para 0,43%, em comparação ao aumento de 0,56% registrado em março. Apesar da queda, economistas apontam que a atual situação da inflação ainda gera preocupações, especialmente devido à pressão dos preços de serviços e o repasse de ajustes para os consumidores.

A inflação em números

A inflação acumulada em 12 meses subiu para 5,53%, o que está acima da meta estipulada pelo Banco Central, que visa um índice de 3% e um teto de 4,5%. Esse cenário tem sido constante, com o IPCA superando o teto da meta por sete meses consecutivos desde outubro do ano passado. A situação é preocupante, pois a inflação taxa de serviços continua a apresentar aumentos consideráveis.

Em abril, a análise dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados pelo IBGE revelou que oito deles registraram alta. O grupo de Alimentos e Bebidas, por exemplo, viu um aumento de 0,82% em abril, embora esse número tenha arrefecido em relação ao aumento de 1,17% em março. Este grupo foi o que mais impactou o índice geral, contribuindo com 0,18 ponto percentual.

Preços em alta e deflação em alguns itens

Dentre as categorias que mais pressionaram a inflação, destacam-se os produtos farmacêuticos, que tiveram um aumento de 2,32% após a autorização do governo federal para reajustes de até 5,09% nos medicamentos. Isso elevou alas do grupo Saúde e Cuidados Pessoais a 1,18%. Entretanto, houve novidades positivas em relação a outros produtos, como a queda nos preços do arroz (-4,19%) e do ovo (-1,29%), que foram um alívio para a cesta de alimentos dos brasileiros.

A categoria de Transportes também apresentou resultados que trouxeram um leve alívio aos consumidores. A queda de 0,38% nos preços, com combustíveis e passagens aéreas mais em conta, reflete um momento de expectativa relacionada ao preço do petróleo em meio a um cenário de guerra comercial.

Olho nos serviços e na política de juros

Enquanto o Banco Central subiu a taxa Selic para 14,75% ao ano, a expectativa é que este ciclo de alta esteja perto do fim. Apesar da desaceleração observada em abril, a composição da inflação ainda não trouxe perspectivas otimizadas, conforme apontam economistas. A pressão significativa dos serviços, que acumulam uma alta de 6,03% em 12 meses, continua sendo um fator a ser observado. Isso se deve ao fato de que a inflação de serviços geralmente responde de maneira mais intensa às mudanças na política de juros.

De acordo com André Braz, coordenador dos Índices de Preços da FGV, “o que pressiona mais a inflação é a parte de serviços”. Uma desaceleração mais consistente é necessária para acionar uma possível redução na taxa Selic.

Desempenho econômico e perspectivas futuras

O economista chefe da MB Associados, Sérgio Vale, alerta que, mesmo com um desempenho econômico global em desaceleração, isso não trará necessariamente alívio à inflação no Brasil. A demanda da China por matérias-primas brasileiras pode continuar a crescer, o que não ajudaria na redução dos preços internos.

Fernando Haddad, Ministro da Fazenda, se mostrou otimista, afirmando que o IPCA está alinhado com as projeções e confia que a trajetória da inflação possa ser melhor no futuro. “Estou confiante de que nós vamos terminar o ano um pouquinho melhor do que as previsões”, disse ele a jornalistas.

Com a situação da inflação ainda delicada e pressões constantes, os próximos meses serão cruciais para a economia brasileira. A capacidade do Banco Central de controlar a alta dos preços sem afetar o crescimento econômico será testada à medida que o país navega por águas turbulentas em uma política inflacionária ainda imprevisível.

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