O prefeito de Maricá (RJ), Washington Quaquá, está prestes a anunciar sua candidatura à presidência do Partido dos Trabalhadores (PT) em um evento marcado para a próxima terça-feira no renomado Circo Voador, no Rio de Janeiro. Essa iniciativa intensifica a divisão dentro da corrente majoritária da sigla, a Construindo um Novo Brasil (CNB), que também conta com a candidatura de Edinho Silva, ex-prefeito de Araraquara (SP) e favorito do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para assumir a presidência do partido.
Divisão interna do PT e apoio a Edinho Silva
A disputa interna que se desenha entre Quaquá e Edinho não é apenas uma luta pelo poder dentro do PT, mas reflete também uma batalha ideológica. Edinho Silva conta com o apoio de diversas lideranças influentes do partido, incluindo nomes como José Dirceu, Jaques Wagner, Wellington Dias, Fernando Haddad e Alexandre Padilha. A mobilização do ex-prefeito de Araraquara para conquistar o apoio unificado do partido, contudo, enfrenta resistência de alas que se opõem à sua candidatura.
O evento de lançamento da candidatura de Quaquá promete ser um espetáculo à parte, com shows de artistas reconhecidos, como Moacir Luz e Neguinho da Beija Flor, além das batucadas das baterias da Mangueira e da União de Maricá, escola de samba da qual Quaquá é presidente de honra. Esse cenário festivo pode atrair a atenção não apenas dos filiados do PT, mas também de simpatizantes e da mídia em geral, aumentando a visibilidade da candidatura.
O chamado à unidade partidária
A tensão entre as duas candidaturas não é uma novidade, especialmente considerando que, em março, a corrente majoritária do PT divulgou uma nota enfatizando a necessidade de “unidade partidária”. Esta declaração é interpretada como um apelo para que Edinho Silva trabalhe em cima das objeções que sua candidatura enfrenta, buscando consolidar a força do partido de forma unificada e coesa.
Em elaboração à eleição interna, o Diretório Nacional do PT também aprovou uma resolução estabelecendo um novo calendário e diretrizes para realizar uma eleição direta no dia 6 de julho deste ano. Esse modelo, que permite que cada filiado vote em sua preferência por meio de urna eletrônica, não era aplicado pela sigla desde 2013, representando uma mudança significativa na forma como a legenda se organiza internamente.
Regras para a votação e próximos passos
A resolução estipula que poderão participar da votação os Diretórios Municipais registrados na Justiça Eleitoral até 30 de abril de 2024. Além disso, estarão autorizados a votar ou serem votados os filiados cujos pedidos de filiação foram registrados até o dia 28 de fevereiro de 2025, desde que não tenham sido impugnados conforme as normas estatutárias do partido.
Vale ressaltar que o Encontro Nacional do PT está agendado para ocorrer nos primeiros três dias de agosto, enquanto as reuniões estaduais estão programadas para o período de 19 a 27 de julho. Esses eventos têm grande importância para a definição de estratégias e alianças que poderão influenciar o resultado das eleições internas.
Em resumo, a candidatura de Quaquá à presidência do PT, marcada por um evento significativo e celebrativo, não apenas expõe as divisões dentro do partido, mas também lança luz sobre os desafios que a legenda enfrentará nos próximos meses em busca de unidade e fortalecimento em um cenário político cada vez mais competitivo no Brasil.