No Brasil, o Dia das Mães se aproxima e, segundo uma pesquisa realizada pelo Data Favela, oito em cada dez moradores de favelas e periferias planejam presentear alguém nessa data especial. O número representa um aumento significativo de 16 pontos percentuais em comparação ao ano passado, quando 64% dos entrevistados afirmaram ter presenteado. Essa mudança no comportamento do consumidor mostra como as celebrações, mesmo em comunidades menos favorecidas, têm potencial para impactar positivamente a economia local.
A força do consumo nas favelas
A pesquisa destaca os valores que os moradores pretendem investir em presentes. Segundo os dados, 38% dos entrevistados planejam gastar entre R$ 100 e R$ 200, enquanto 25% consideram gastar até R$ 100. Outros 22% afirmam que poderão gastar entre R$ 200 e R$ 500. Valores mais altos também estão na mira: 10% planejam gastar entre R$ 500 e R$ 1.000, e 4% atingem a faixa de gastos acima de R$ 1.000.
Renato Meirelles, fundador do Data Favela, destaca a relevância do Dia das Mães para o comércio local e varejo como um todo. “Essa data é uma das mais potentes do calendário do varejo porque ativa, ao mesmo tempo, emoção e economia. E nas favelas e periferias, esse movimento ganha escala. Seja nas lojas de rua, no comércio local ou em grandes redes, o consumo se organiza com força nesses territórios, que hoje são protagonistas na dinâmica do varejo nacional”, afirma Meirelles.
Quem são as homenageadas?
Quando se trata de quem serão as destinatárias dos presentes, 81% dos moradores que planejam presentear optam por suas mães. As esposas ou namoradas estão em segundo lugar, com 21%, seguidas pelas sogras, com 13%. As irmãs, tias e primas representam 10% das intenções de presente, enquanto outros 5% dos entrevistados optam por homenagear outras figuras femininas importantes em suas vidas.
Bruna Hasclepides, coordenadora de pesquisas do Data Favela, enriquece a discussão ressaltando a importância das mulheres e mães como pilares na sociedade. “É muito significativo ter 81% de pessoas em periferias e favelas se articulando para presentear o que consideram como figura materna, sendo consanguínea ou não. Mesmo sobrecarregadas e, por vezes, sem poder de escolha, essas matriarcas continuam no corre para garantir uma vida melhor à sua família nuclear”, disse Hasclepides.
Impacto econômico e social
O aumento da intenção de presentear no Dia das Mães não apenas demonstra o valor emocional que a data carrega, mas também reflete um movimento significativo dentro da economia das favelas e periferias. O investimento em presentes por parte dessas comunidades destaca a capacidade de consumo, tão presente em regiões frequentemente subestimadas. Essa realidade aponta que, mesmo em meio a dificuldades financeiras, as famílias buscam maneiras de expressar seu amor e gratidão, o que pode ter um efeito positivo no comércio local.
Com vistas ao futuro, a pesquisa do Data Favela sugere que o cenário atual pode ser um indicativo de um movimento contínuo de fortalecimento econômico nas comunidades periféricas do Brasil. À medida que o comércio local se adapta às demandas e necessidades dos moradores, a expectativa é que datas como o Dia das Mães continuem a impulsionar as vendas e a importância das relações familiares e comunitárias.
Portanto, o Dia das Mães se destaca não apenas como uma data para homenagear figuras maternas, mas também como um período de reflexão sobre o papel do consumo responsável e solidário nas comunidades, onde cada presente dado é um gesto de carinho e uma contribuição para a economia local.
Fontes: Agência Brasil.