O novo técnico da seleção brasileira feminina, Arthur Elias, trouxe uma abordagem inovadora e detalhista ao seu trabalho, refletindo sua vasta experiência adquirida no Corinthians, onde se destacou nas equipes masculinas e femininas. Um dos aspectos mais marcantes de sua gestão é o comprometimento com o desenvolvimento do futebol feminino no Brasil, uma tarefa que ele leva muito a sério. Em uma conversa franca, Arthur compartilha sua rotina, desafios e visões para o futuro do futebol feminino.
A rotina intensa na CBF
O dia a dia de Arthur Elias na Confederação Brasileira de Futebol (CBF) é intenso e cheio de compromissos. Ele revela: “O trabalho é diário e exige muitas horas. Acredito que as coisas só vêm com muito trabalho, então não tenho horário fixo. Chego cedo e vou embora quando realmente não dá mais.” A rotina inclui a análise de jogos e atletas, tanto do Brasil quanto de outros países, com o objetivo de planejar cada convocação de modo detalhado.
Segundo Arthur, essa dedicação não se limita ao monitoramento das jogadoras da seleção, mas também se estende ao desenvolvimento do futebol feminino como um todo no país. Ele destaca que a colaboração com a comissão técnica é fundamental para que os objetivos sejam alcançados de forma eficaz.
Morando no Rio, mas ligada a São Paulo
Arthur mudou-se para o Rio de Janeiro quando assumiu a seleção, mas mantém uma forte ligação com São Paulo, onde seu filho reside. Ele compartilha que faz muitas viagens entre as duas cidades. “É uma cidade muito boa de morar, mas também visito São Paulo frequentemente para acompanhar jogos e estar com meu filho”, conta.
A gestão das viagens para observar as jogadoras também é uma prioridade. “Sempre acompanhamos o Campeonato Brasileiro e, quando temos jogos aqui no Rio, estamos presentes. Fico em contato constante com minha comissão e mando representantes quando necessário”, revela Arthur.
Desafios da rotina na seleção
Uma das maiores mudanças para Arthur, ao passar do Corinthians para a seleção, foi a rotina de treinos. “No começo, eu sentia falta do treino diário. Gosto de estar com as jogadoras e construir relacionamentos. Com o tempo, me adaptei à nova realidade”.
Ele ainda destaca que, enquanto os clubes têm um calendário mais apertado, a seleção permite um aprofundamento maior no trabalho devido ao tempo disponível para se preparar para as competições. “Na seleção, podemos nos focar mais em jogos específicos, o que é muito diferente do ritmo acelerado que eu tinha no Corinthians”, explica.
Reconhecimento e desafios da competitividade
Arthur Elias afirma que o reconhecimento que tem recebido no Rio de Janeiro aumentou desde que assumiu a seleção. “No Corinthians, já tinha uma certa visibilidade, mas na seleção isso cresceu ainda mais, principalmente com a aproximação das Olimpíadas.” No entanto, ele ressalta que esse reconhecimento é mais valioso para as jogadoras do que para ele pessoalmente.
Além disso, ele discute a competitividade do futebol feminino no Brasil, ressaltando que melhorias foram feitas, mas muito ainda precisa ser feito. “Embora a competitividade tenha aumentado, a infraestrutura e a qualidade dos campos ainda precisam de atenção. Precisamos de uma maior evolução para garantir que jogos emocionantes se tornem a norma.”
Futuro do Futebol Feminino no Brasil
Olhar para o futuro é fundamental para Arthur. “Temos um investimento crescente na base e um compromisso com o desenvolvimento das jogadoras”. Ele destaca o potencial significativo do futebol feminino no Brasil e como as próximas competições são uma grande oportunidade para mostrar essa evolução.
Arthur Elias acredita firmemente que a seleção feminina, com as suas características, pode competir de igual para igual com as melhores seleções do mundo e que atualmente estão no mesmo nível das potências como Estados Unidos, Alemanha e Japão. “Estamos preparando um time competitivo e é essencial que continuemos a trabalhar nesse sentido”, conclui.
Com uma rotina rigorosa e um profundo compromisso com o futebol feminino, Arthur Elias se posiciona não apenas como um treinador, mas como um verdadeiro defensor do crescimento e reconhecimento das mulheres no esporte. Ao olhar para frente, ele deixa claro que o objetivo é fazer do futebol feminino brasileiro uma referência mundial.
