A Infraero, empresa responsável pela administração de aeroportos no Brasil, recebeu autorização da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para aumentar em até 36% as tarifas do Aeroporto Santos Dumont, localizado no Rio de Janeiro. Essa decisão foi tomada em resposta às consideráveis perdas de receita que a Infraero enfrentou devido à limitação no fluxo de passageiros imposta pelo governo federal ao longo de 2023.
Aumento das tarifas e seu impacto
Com o reajuste autorizado, a chamada receita-teto — que representa o valor máximo médio que a Infraero pode arrecadar por passageiro — subirá de R$ 56,48 para R$ 77,20, um aumento de R$ 20,68. Esse ajuste é considerado essencial para permitir que a empresa compense as quedas significativas em suas receitas, que alcançaram 49% nas tarifas de pouso e embarque e 97% nas tarifas de conexão em 2024, comparado ao ano anterior.
Motivos por trás do aumento
O aumento tarifário é uma medida temporária que poderá ser revista caso haja mudança na política de restrição de voos ou se o aeroporto for incluído em um eventual programa de privatização. A Anac enfatizou que a autorização não implica uma elevação automática das tarifas cobradas dos passageiros e das companhias aéreas, uma vez que a Infraero deverá seguir as regras de precificação e consulta pública estabelecidas pela regulação vigente.
A decisão também leva em conta os impactos financeiros da política pública que limitou o movimento do Santos Dumont a 6,5 milhões de passageiros por ano. Em nota, a Infraero justificou que o reajuste é necessário para garantir a viabilidade dos investimentos planejados para a melhoria da segurança, operacionalidade e modernização da infraestrutura do aeroporto, que está entre os mais movimentados do Brasil.
Investimentos no Santos Dumont
Além do aumento nas tarifas, a Infraero planeja investir cerca de R$ 400 milhões na modernização do aeroporto até 2026. O objetivo é melhorar a experiência dos usuários e a qualidade dos serviços prestados. Em sua declaração, a empresa destacou que o novo valor tarifário do Santos Dumont vai se assemelhar ao que é praticado no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, que já passou por reajustes após a transição para a gestão privada.
Em um momento de crescente preocupação sobre a qualidade dos serviços aeroportuários no Brasil, a Infraero reforçou seu compromisso com a eficiência e sustentabilidade financeira. A entidade espera que o aumento das tarifas contribua para a realização dos investimentos necessários, resultando em uma infraestrutura mais moderna e segura.
Expectativas e reações
As reações à autorização do aumento das tarifas variam entre os especialistas do setor e os usuários do transporte aéreo. Enquanto alguns afirmam que o aumento é justificável diante das perdas financeiras, outros se preocupam com o impacto adicional que isso pode ter sobre os passageiros. Muitos já enfrentam uma alta carga de custos relacionados aos serviços aéreos, agravada pela inflação e outras taxas agregadas.
A expectativa agora é ver como o mercado responderá a essa nova patamar tarifário e se o governo tomará medidas para melhorar o fluxo de passageiros no aeroporto Santos Dumont, garantindo que a operação e os serviços continuem a ser uma prioridade. Algumas sugestões incluem a revisão das políticas de restrição e possíveis incentivos para aumentar o número de usuários no terminal.
Com o aumento das tarifas em vigor, a Infraero se espera que busque maneiras de reforçar a confiança dos passageiros, progredindo em direção a um melhor atendimento e à satisfação do cliente, algo essencial para o futuro do transporte aéreo no país.
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