Brasil, 9 de maio de 2025
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Inflação de abril no Brasil fica em 0,43%, maior taxa desde 2023

Inflação acumulada de 5,53% no Brasil em abril supera a meta de 4,50%.

A inflação no Brasil apresentou uma alta de 0,43% em abril, marcando a maior taxa para o mês desde 2023, quando a variação foi de 0,61%. Com esse resultado, a inflação acumulada no país agora é de 5,53%, superando o teto da meta estipulada pelo governo, que é de 4,50%. Até o momento, no ano, a inflação já acumula uma alta de 2,48%.

De acordo com analistas do mercado financeiro, os resultados do mês de abril estavam dentro das expectativas, com previsões que variavam entre 0,40% e 0,43% segundo instituições como a Warren Investimentos e o relatório Focus do Banco Central.

Desaceleração da inflação em abril

Embora a inflação tenha se elevado, ela apresentou uma desaceleração em relação ao mês anterior, com uma queda de 0,13 ponto percentual em comparação a março, que registrou uma taxa de 0,56%. Esse arrefecimento foi impulsionado principalmente pelo grupo Alimentação e bebidas, que teve a maior desaceleração no mês.

Esses dados são parte do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o indicador oficial da inflação no Brasil, que é calculado e divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O que é IPCA?

  • O IPCA reflete o custo de vida e o poder de compra do cidadão brasileiro, sendo calculado pelo IBGE desde 1979.
  • É considerado o termômetro oficial da inflação, utilizado pelo Banco Central para ajustar a taxa Selic.
  • A variação mensal é medida comparando os preços de uma cesta de produtos e serviços com o mês anterior.
  • O índice busca cobrir 90% da população que reside em áreas urbanas.
  • A pesquisa abrange categorias como transporte, alimentação, habitação, saúde, educação, entre outras.

Análise por grupos de produtos

A alta do IPCA foi puxada pelos grupos Alimentação e bebidas, que subiram 0,82%, e Saúde e cuidados pessoais, com uma alta de 1,18%. A inflação no setor de alimentos teve um impacto significativo, contribuindo com 0,18 ponto percentual no índice geral.

Conforme os dados do IBGE, oito dos grupos de produtos e serviços analisados apresentaram variação positiva, com exceção do grupo de Transportes, que recuou 0,38%. Confira a variação do IPCA por grupos:

  • Alimentação e bebidas: 0,82%;
  • Habitação: 0,14%;
  • Artigos de residência: 0,53%;
  • Vestuário: 1,02%;
  • Transportes: -0,38%;
  • Saúde e cuidados pessoais: 1,18%;
  • Despesas pessoais: 0,54%;
  • Educação: 0,05%;
  • Comunicação: 0,69%.

Novo sistema de metas inflacionárias

A partir deste ano, a meta de inflação do Brasil tornou-se contínua, sendo estipulada de forma mensal. Se o acumulado em 12 meses ultrapassar esse limite por seis meses consecutivos, considera-se que a meta foi descumprida. A meta para 2025 é fixada em 3%, com uma variação de 1,5 ponto percentual, o que estabelece um piso de 1,5% e um teto de 4,5%.

Esse objetivo é definido pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), e caso a meta não seja cumprida, o Banco Central deverá enviar uma carta ao ministro da Fazenda explicando os motivos. A última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) ocorreu no início de maio, onde foi decidido por unanimidade elevar a taxa Selic para 14,75% ao ano, o maior percentual em quase duas décadas.

Projeções do mercado para a inflação

As expectativas do mercado financeiro para a inflação de 2025 ainda permanecem distantes da meta estipulada. De acordo com o relatório Focus, a estimativa atual é de 5,53% para o IPCA. Além disso, as previsões das taxas de inflação para os anos seguintes continuam a oscilar ao redor de 4%, com a previsão para 2026 em 4,51%, e aumentando ligeiramente para 3,80% em 2028.

O Banco Central também expressou que existe 70% de probabilidade de que a meta inflacionária seja descumprida neste ano, o que indica um cenário desafiador para a política monetária brasileira.

A análise dos dados econômicos e as expectativas futuras revelam um caminho a ser trilhado pelo governo e pelas autoridades monetárias para assegurar a estabilidade econômica e restaurar a confiança do consumidor.

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