Brasil, 9 de maio de 2025
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China transforma sua imagem de produtos baratos para inovação tecnológica

A China passa de produtos com qualidade duvidosa para líder em tecnologia global, impactando o mercado e consumidor.

A China, um país historicamente associado à produção em massa de bens de baixo custo, está mudando sua imagem no cenário global. Com uma crescente quantidade de patentes registradas, o país se firma como um dos grandes protagonistas em tecnologia avançada, desafiando a liderança dos Estados Unidos em diversos setores, incluindo veículos elétricos, equipamentos de energia renovável e inteligência artificial.

Uma nova era para os produtos chineses

A transformação da indústria chinesa é notável. De acordo com Isabela Nogueira, professora do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a ascensão da China ao patamar de inovação tecnológica mundial foi rápida e estratégica. “A China foi o único país que entrou nas cadeias globais de valor pela base da montagem, incentivada pela mão de obra barata, e conseguiu, em tempo recorde, ascender ao topo”, explica.

Consumidores ao redor do mundo nos dias de hoje percebem essa mudança. “Antigamente, as fábricas chinesas produziam a preços baixos, mas também ofereciam produtos de qualidade inferior. Hoje, a percepção mudou; quem compra um carro da BYD não espera que o veículo quebre facilmente”, afirma Nogueira.

Fatores que impulsionam a inovação chinesa

Essa transformação é impulsionada por uma combinação de fatores. Um dos principais aspectos é a forma como a economia chinesa é organizada. O planejamento econômico centralizado permite ao governo determinar quais setores receberão investimentos significativos. “Os planos plurianuais, que estabelecem metas e estratégias regionais e setoriais, orientam onde o dinheiro vai”, observa Nogueira.

Outro fator crucial é o papel do Estado. Aproximadamente 30% dos investimentos em ativos fixos na China provêm de empresas estatais. “Assim, essas firmas têm maior resistência a riscos, o que lhes permite explorar fronteiras mais ousadas em inovação”, destaca Nogueira.

O impacto do plano Made in China 2025

O plano Made in China 2025 é um exemplo claro desse direcionamento estratégico. Nele, dez setores foram escolhidos para receber atenção especial, como tecnologia da informação e biotecnologia, visando reduzir a dependência de tecnologia importada e promover fabricantes locais no cenário global.

Além do suporte financeiro e regulamentar, a China tem investido em educação, com currículos universitários alinhados às áreas prioritárias de inovação tecnológica, formando anualmente mais de um milhão de engenheiros, de acordo com Alexandre Uehara, coordenador do curso de Relações Internacionais da ESPM.

A influências das políticas de intercâmbio

O intercâmbio de conhecimento também se mostra como uma estratégia eficaz. A China estabelece programas que encorajam a saída de estudantes para as principais universidades dos Estados Unidos, Europa e Japão, além de atrair talentos de fora. “Esse fluxo mútuo é vital para elevar o nível de conhecimento técnico e científico no país”, explica Pedro Brites, professor da FGV.

Quantas mais, as políticas regulatórias desempenham um papel estratégico na proteção da indústria nacional. A manipulação de padrões regulatórios em favor das marcas locais tem sido uma prática comum para garantir a competitividade frente a produtos estrangeiros. Um exemplo emblemático é o ocorrido nas Olimpíadas de 2008, quando normas que baniram pequenas motos barulhentas em áreas urbanas favoreceram empresas como a BYD, que se adaptou rapidamente às novas exigências.

O futuro da tecnologia chinesa e sua influência global

O contexto atual aponta para um futuro intenso e inovador, com a China se posicionando cada vez mais como líder em setores tecnológicos. À medida que o país continua a cultivar suas instâncias de controle, incentivo à pesquisa e desenvolvimento e investimento educacional, as perspectivas revelam um caminho promissor. O desafio agora é como as potências ocidentais, especialmente os Estados Unidos, responderão a essa nova realidade, em um mercado que não só se tornou altamente competitivo, mas também inovador.

Com essa mudança, a imagem do “produto chinês” deixa de ser apenas sinônimo de itens questões de qualidade duvidosa, passando a representar inovação e qualidade em diversos segmentos do mercado global.

Os impactos dessa revolução são profundos e nos levam a repensar não apenas o que consumimos, mas também as raízes da inovação mundial que, com certeza, deverão se alterar nos próximos anos.

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