A CCR, uma das maiores operadoras de infraestrutura do Brasil, anunciou que está em busca de um comprador para o seu portfólio de aeroportos, que inclui 20 terminais em todo o país, como o de Confins, em Belo Horizonte, e três outros localizados em países da América Latina. A estratégia da empresa visa manter a integridade do portfólio, tornando a compra um pacote completo, o que pode reduzir o número de compradores interessados, mas evita a venda de ativos que poderiam ter pouco apelo no mercado.
Um mercado competitivo para aeroportos
Conforme informações de fontes próximas ao processo, os operadores de aeroportos que atuam no Brasil demonstram um grande interesse pelos ativos da CCR. Dentre as operadoras, a espanhola Aena se destaca como uma das principais candidatas. Aena já administra aeroportos estratégicos no Brasil, como o de Congonhas, e tem se mostrado disposta a adquirir todo o portfólio, ao contrário de outros interessados que preferem apenas uma parte dos ativos, os brasileiros.
Possíveis compradores e avaliação do portfólio
Além da Aena, que parece pronta para encampar a compra em sua totalidade, outras empresas também estão no radar da CCR. O grupo Zurich, que possui apenas uma pequena participação no Brasil, busca expandir sua presença no mercado e também está avaliando a possibilidade de adquirir os terminais da CCR. Outra operadora que chamou a atenção é uma empresa mexicana, que vê no Brasil uma oportunidade de crescimento no segmento de aeroportos.
Ainda segundo fontes do setor, a CCR pode estar avaliando seu portfólio de aeroportos em torno de R$ 4,5 bilhões a R$ 5 bilhões. No entanto, especialistas do setor indicam que o apetite dos potenciais compradores poderia ficar em torno de R$ 3 bilhões. Essa diferença de avaliação gera um cenário de negociações acirradas, e a CCR deverá adotar uma estratégia cautelosa para garantir uma venda que satisfaça suas expectativas financeiras.
Gestão e estrutura da venda
A venda dos ativos de aeroportos está sendo conduzida por Waldo Perez, que ocupa a posição de diretor vice-presidente financeiro da CCR e, recentemente, acumulou a vice-presidência de Negócios, sendo responsável pela área de aeroportos. A CCR contratou as instituições financeiras Itaú BBA e Lazard para assessorar todo o processo, que foi primeiramente noticiado pela agência Bloomberg em março.
A importância do portfólio de aeroportos para a CCR
Os aeroportos representam um segmento estratégico para a CCR, que também opera em outros setores, como rodovias e mobilidade urbana. A desinvestimento em aeroportos pode ser uma forma da companhia levantar capital para novos investimentos ou fortalecer sua estrutura financeira, em um momento que é vital para a continuidade de seus negócios em um ambiente econômico desafiador. Assim, a transação se torna não apenas uma questão de venda de ativos, mas uma etapa importante de reestruturação que pode influenciar diretamente o futuro da CCR.
Enquanto isso, as conversas entre os potenciais compradores e a CCR continuam, e a expectativa é que o mercado se agite nos próximos meses com essa venda que, além de ser bilionária, poderá redefinir o panorama da gestão aeroportuária no Brasil.
Com tanto movimento no setor, os próximos passos da CCR na busca por um comprador para seus aeroportos prometem trazer novidades impactantes não apenas para a empresa, mas para todo o setor de aviação civil do país.