Brasil, 9 de maio de 2025
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Alta de 80,2% nos preços do café é a maior do Plano Real

Inflação desacelera, mas preços do café continuam a subir, com alta de 80,2% em 12 meses e fatores climáticos impactando a produção.

Em meio a uma desaceleração da inflação alimentar, os preços do café brasileiros continuam a registrar aumentos expressivos. De acordo com os dados do IPCA divulgados pelo IBGE, abril trouxe uma nova alta nos preços, que acumula, em 12 meses, a maior elevação já vista desde a implementação do Plano Real, há mais de 30 anos.

Como os preços do café estão se comportando?

O mês de abril registrou uma alta de 4,48% no preço do café moído para o consumidor. No acumulado de 12 meses, o aumento chega a impressionantes 80,2%. Vale destacar que, desde 1995, não se registrava uma variação tão significativa nos preços do café no Brasil. Naquele período, a inflação também era influenciada por fatores relacionados ao último mês antes da introdução do Real.

A alta contínua nos preços do café não é uma novidade, dado que o Brasil é o maior produtor e exportador da bebida no mundo. No entanto, vários fatores têm contribuído para a elevação dos preços, com impactos significativos na cadeia produtiva e no mercado. De acordo com economistas, a expectativa é de que a inflação Generalizada desacelere em junho, mas até lá, o cenário permanece desafiador.

Desafios climáticos afetam a produção de café

A produção de café no Brasil tem enfrentado problemas climáticos graves. Após uma supersafra em 2019/2020, os cafeicultores arregimentaram eventos climáticos adversos, incluindo uma geada atípica em 2021 e uma estiagem que começou na primavera de 2023. Esses fenômenos impactaram diretamente a plantação e a colheita, dificultando a recuperação da produção.

Diferente de culturas como soja e milho, que podem ser replantadas anualmente e, consequentemente, se beneficiam de uma supersafra no ano seguinte, a cultura do café é perene. Os pés de café levam tempo para se recuperar após eventos climáticos prejudiciais. Além disso, a morte das plantas resulta em um longo período até que novos arbustos comecem a dar frutos.

Produção projetada e valores de mercado

A produção de café para a safra de 2025 é estimada em 55,7 milhões de sacas, com uma alta de 2,7% em relação ao ano anterior, conforme os dados mais recentes da Conab, empresa vinculada ao Ministério da Agricultura. Apesar dessa previsão otimista, a produção ainda está distante dos recordes de 2020, que chegaram a 63,1 milhões de sacas.

Ademais, os preços do café como commodity na bolsa de valores internacionais também são influenciados por fatores externos. Recentemente, a alta nas cotações globais é em parte consequência de quebras de safra em países como o Vietnã, outro grande produtor de café. Assim, o impacto nos preços no Brasil fornece um reflexo das dinâmicas internacionais de mercado e taxas cambiais, especialmente com a recente valorização do dólar.

Perspectivas para o futuro do café

A combinação de fatores climáticos adversos e a dinâmica internacional de preços tornam o cenário do café brasileiro complexo e imprevisível. Com a alta inflação e o aumento constante nos preços, os consumidores estão se perguntando até quando suportarão esses aumentos. Para os produtores, a esperança é de uma recuperação gradual da produção e uma estabilização dos preços. A proximidade da safra de 2025 pode fornecer um alívio, mas todos os olhos estão voltados para as questões climáticas que nunca foram tão cruciais para o futuro do café no Brasil.

Enquanto isso, os apreciadores da bebida e os economistas aguardam por um movimento positivo que possa influenciar a modernidade do mercado e ajudar a equilibrar os preços em um cenário onde a inflação ainda persiste.

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