Na manhã da última sexta-feira (9), o CEO do Itaú Unibanco, Milton Maluhy Filho, fez declarações significativas sobre a alavancagem dos empréstimos consignados privados. O líder do banco destacou que essa modalidade de crédito ainda apresenta níveis muito baixos de utilização, especialmente se comparados a outras formas de empréstimo já consolidadas no mercado, como os consignados para servidores públicos e aposentados do INSS. Segundo Maluhy, o volume de crédito disponível mensalmente nessas modalidades é de quatro a seis vezes superior à massa salarial do período, o que revela o extenso potencial de crescimento para o consignado privado.
Riscos associados ao empréstimo consignado privado
Embora a perspectiva seja positiva, Maluhy alerta para os riscos inerentes ao empréstimo consignado privado. Ao contrário das modalidades normatizadas, onde o risco é mais previsível, no consignado privado o risco é amplificado pela combinação de dois fatores: a situação financeira do trabalhador e a saúde financeira da empresa que o emprega. “A alavancagem do consignado privado é muito baixa… A iniciativa é fantástica e vemos como algo positivo, mas precisamos ser cautelosos, já que não é um risco igual ao do INSS”, afirmou.
Resultados financeiros do Itaú Unibanco
No que diz respeito aos resultados financeiros, o Itaú Unibanco registrou um lucro líquido recorrente de R$ 11,12 bilhões no primeiro trimestre de 2025, representando um aumento de 13,9% na comparação com o mesmo período do ano passado. O balanço enviado a investidores revela que, em relação ao trimestre anterior, houve um crescimento de 2,2%. O retorno sobre o patrimônio (ROE) manteve-se estável em 22,5%, mostrando o comprometimento do banco em manter um desempenho sólido perante seus investidores.
A evolução da carteira de crédito
No que se refere à carteira de crédito expandida, o Itaú alcançou o montante de R$ 1,38 trilhão, um crescimento de 13,2% em comparação com 2024, embora tenha registrado um recuo de 1,7% em relação ao último trimestre. A inadimplência caiu para 2,3% em março, um leve declínio em relação aos 2,7% registrados no mesmo mês do ano anterior, sinalizando uma tendência positiva para a saúde financeira dos consumidores.
Outro dado importante é sobre o crédito direcionado à pessoa física, que encerrou março em R$ 448,8 bilhões. Isto representa um aumento de 8,6% em comparação anual e de 0,9% em relação ao quarto trimestre de 2024. A carteira relacionada às micro, pequenas e médias empresas (MPMEs) também viu um crescimento robusto, atingindo R$ 273,2 bilhões, um avanço de 17,7% em comparação com o primeiro trimestre do ano passado.
Desempenho das receitas e despesas
O Itaú também reportou receitas de prestação de serviços que somaram R$ 11,23 bilhões, um aumento de 3,5% em relação ao ano passado. As receitas oriundas de seguros fecharam o trimestre em R$ 2,93 bilhões, apontando crescimento de 13,8%. Contudo, as despesas operacionais também aumentaram, alcançando R$ 15,76 bilhões, um crescimento de 9,8%, o que exige atenção quanto à gestão de custos da instituição.
Rumores sobre o Fundo Garantidor de Crédito
Milton Maluhy, ao abordar rumores sobre a reticência do Itaú em relação ao uso do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) por parte do Banco Master, enfatizou que não comentaria especulações de mercado. “Qualquer discussão em torno desse assunto é responsabilidade exclusiva do Banco Central”, garantiu o CEO.
À medida que o cenário econômico brasileiro continua a evoluir, as declarações de Maluhy e os resultados financeiros do Itaú Unibanco evidenciam uma fase de transformação para o crédito, especialmente o consignado privado. À luz disso, o mercado aguarda novas iniciativas e inovações que podem reconfigurar a oferta e a demanda no setor financeiro.