O Web Summit Rio de 2023 destacou a robustez das startups de educação, especialmente as edtechs, que buscam transformar e universalizar o ensino através de inovações tecnológicas. Nesse evento, 133 edtechs apresentaram suas soluções, demonstrando uma forte presença e potencial no mercado educacional. Em um ambiente onde a educação enfrenta constantes desafios, a tecnologia emergiu como uma aliada indispensável, trazendo oportunidades significativas para estudantes e educadores.
Startups em destaque no Web Summit Rio
Dentre as edtechs participantes, a Jade Autism se destacou por sua trajetória e inovações. Vencedora do Pitch, uma competição para startups em estágio inicial, a empresa capixaba lançou uma nova versão de seu aplicativo, que agora conta com 1.500 jogos educativos projetados para crianças neurodivergentes. Em breve, o aplicativo expandirá ainda mais suas atividades, incluindo conteúdos programáticos das disciplinas escolares, como matemática e ciências. Este avanço é especialmente importante, visto que a tecnologia já é utilizada em 450 escolas em 179 países, alcançando 180 mil crianças de 2 a 9 anos.
O CEO da Jade Autism, Ronaldo Cohin, afirmou que, após a validação do aplicativo em universidades, observou-se uma aceleração no processo de aprendizado de até 42%. “Essa abordagem personalizada é fundamental para atender as necessidades específicas de cada aluno”, declarou ele.
Inovações diversificadas em educação
A Storm Education, originária de Curitiba, também teve um papel crucial no evento ao lançar um novo braço corporativo para expandir suas operações. Começando como um projeto social, a startup agora oferece cursos de inglês automatizados através de um robô, que visa facilitar o aprendizado e correção de lições. Desde o início de 2022, a equipe cresceu de cinco para 15 colaboradores, e a Storm já firmou contratos com empresas, incluindo o Consulado Britânico no Rio. “Nossa expectativa é alcançar 10 mil alunos até o fim do ano”, afirmou Diego Pastega, diretor de tecnologia da empresa.
Outra integração interessante de tecnologia na educação foi apresentada pela Emy Education, que desenvolveu uma IA para atuar como tutor particular de alunos. Essa solução já conta com 15 clientes tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos e promete revolucionar o ensino individuais ao permitir um aprendizado personalizado baseado nas interações do aluno com a IA.
Educação e inteligência artificial: uma nova era
A Science Play, de Brasília, trouxe uma proposta inovadora usando IA para transformar artigos científicos sobre saúde em áudios curtos, facilitando a atualização de profissionais do setor. O CEO da empresa, Brunno Falcão, mencionou que a velocidade de produção de artigos científicos é um desafio, com cerca de um milhão publicados anualmente, e a mudança nos hábitos de consumo de conteúdo, cada vez mais voltados para áudio, aponta para um futuro promissor.
Além das startups locais, o evento também atraiu empresas estrangeiras que exploram o potencial da tecnologia educacional. A suíça Herby, por exemplo, utiliza IA para correção automatizada de cartões-resposta e análise de áudio de alunos em alfabetização, atualmente já atuando na correção de provas na Olimpíada Carioca de Matemática.
Conclusões sobre o futuro das edtechs
A presença marcante de startups de educação no Web Summit Rio evidencia a vitalidade e o potencial do setor no Brasil. A sinergia entre tecnologia e educação não é apenas uma tendência passageira, mas um caminho para transformar a experiência de aprendizado. Como apontou o CEO da Emy Education: “A educação é o setor que mais vai mudar com a IA. Ela permite um ensino personalizado e é como replicar em escala a qualidade de aulas particulares”.
À medida que o evento se encerrava, é evidente que as inovações em edtech não só oferecem soluções para melhorar a qualidade do ensino, mas também promovem uma inclusão maior em diversas esferas educacionais. O futuro parece promissor, e as startups continuam a trilhar um caminho de impacto relevante no cenário educacional brasileiro.