Brasil, 10 de maio de 2025
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Produção de veículos no Brasil cresce 2,8% em abril de 2025

A produção nacional de veículos teve alta em abril, mas as vendas enfrentam queda nas comparações anuais.

A produção nacional de veículos chegou a 228,2 mil novas unidades em abril, um aumento de 2,8% em relação ao mesmo mês do ano passado, segundo dados divulgados nesta quinta-feira pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Quando comparado ao mês anterior, o crescimento foi ainda mais significativo, alcançando 20,1%. No acumulado dos quatro primeiros meses do ano, foram produzidas 811,2 mil unidades, representando um aumento de 6,7% em comparação ao mesmo período de 2024.

Desempenho de vendas e exportações

Enquanto a produção de veículos no Brasil mostra resultados positivos, o cenário de vendas apresenta um contraste. Em abril, foram comercializadas 208,7 mil unidades, refletindo uma queda de 5,5% em relação ao mesmo mês do ano passado. Apesar disso, o acumulado dos primeiros quatro meses de 2025 totalizou 760,4 mil veículos vendidos, um aumento de 3,4% se comparado ao ano anterior.

Além disso, as exportações também mostraram um desempenho impressionante. Em abril, foram exportadas 46,3 mil unidades, marcando um crescimento de 69,3% em relação ao ano anterior, e um aumento de 18,9% em comparação a março. No total, entre janeiro e abril, as exportações somaram 161,9 mil veículos, um aumento robusto de 47,8%. Esse crescimento é impulsionado, em grande parte, pela recuperação da demanda na Argentina, que representa quase 60% desse aumento expressivo.

Aumento dos veículos importados e pressões à indústria

Outro ponto de atenção é o aumento dos veículos importados, que responderam por 17,9% dos licenciamentos em abril, o maior índice desde 2022. Esse aumento, especialmente entre os veículos elétricos chineses, tem gerado pressões na indústria automotiva brasileira, que clama por medidas de proteção comercial. Igor Calvet, presidente da Anfavea, destaca a importância da recomposição do imposto de importação sobre veículos elétricos como uma solução para equilibrar o mercado.

Medidas e propostas de proteção comercial

No início deste ano, a Anfavea iniciou estudos para avaliar a viabilidade de um processo de antidumping contra montadoras chinesas. O objetivo é proteger a indústria nacional de práticas comerciais consideradas abusivas, como a venda de produtos abaixo do custo. Calvet ressalta que a decisão sobre essa medida ainda está pendente de aprovação na Câmara de Comércio Exterior (CAMEX) e espera-se que uma nova alíquota possa ser estabelecida em breve, com previsão de aumento para 25% a partir do próximo mês.

Contudo, a situação é complexa, uma vez que a empresa BYD solicitou ao governo federal a redução dos impostos de importação para veículos elétricos e híbridos que chegam ao Brasil parcialmente ou totalmente desmontados. Para Calvet, essa estratégia representa uma desvalorização do trabalho e da produção nacional, pois não beneficia os trabalhadores brasileiros e acaba não priorizando investimentos em tecnologia e sofisticação produtiva.

Considerações finais sobre o mercado automotivo

O cenário atual do mercado automotivo brasileiro é um reflexo das atuais tensões entre a necessidade de expandir a produção nacional e a crescente concorrência de importados. O aumento na produção, ao lado da queda nas vendas, apresenta um desafio significativo para as montadoras locais, enquanto as políticas de proteção comercial se tornam cada vez mais relevantes para garantir a competitividade do setor. À medida que o governo se posiciona para responder a essas pressões, a evolução das negociações e a implementação de medidas de proteção poderão definir o futuro da indústria automotiva no Brasil.

Portanto, é vital que a indústria nacional seja apoiada, não apenas para garantir a sobrevivência dos empregos, mas também para promover um crescimento sustentável e inovador. O desafio será encontrar um equilíbrio entre competir com as montadoras estrangeiras e fortalecer a capacidade de produção local.

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