Brasil, 9 de maio de 2025
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Pesquisa revela resistência a contratação de mães no mercado de trabalho

Mais de 60% dos trabalhadores afirmam que empresas não têm programas voltados a mães ou gestantes, reforçando desigualdade no mercado.

A semana do Dia das Mães trouxe um alerta sobre as condições enfrentadas por mulheres no ambiente corporativo. Segundo uma pesquisa realizada pela Catho, mais de 60% dos trabalhadores, independentemente do gênero, afirmam que suas empresas não possuem programas de inclusão, capacitação ou reconhecimento voltados para mães e gestantes. Apenas 15% dos entrevistados mencionaram a existência de iniciativas específicas destinadas a esse público, o que evidencia a falta de ações efetivas para promover a equidade de gênero e diversidade no mercado de trabalho.

A realidade das mães no mercado de trabalho

O estudo também revelou uma crescente preocupação entre trabalhadores: o percentual de profissionais que relatam ter presenciado resistência de lideranças à contratação e promoção de mães e gestantes aumentou de 33% em 2024 para 36,9%. A diretora de Growth B2B Pequenas e Médias Empresas da Catho, Christiana Mello, afirma que essa falta de políticas de apoio justifica parte da baixa participação das mulheres na População Economicamente Ativa (PEA), que gira em torno de 50%, em comparação aos mais de 70% dos homens.

“A falta de suporte institucional para conciliar trabalho e maternidade empurra muitas mulheres, especialmente mães, para fora do mercado formal”, destaca Christiana. Ela ressalta que muitas recorrem ao empreendedorismo, não por escolha, mas por necessidade. Essa realidade reforça a ideia de que, sem políticas robustas voltadas para mulheres com filhos, a exclusão silenciosa de mães do ambiente corporativo continuará, comprometendo tanto o potencial das profissionais quanto o das empresas.

Fatores que impactam a inclusão

De acordo com Christiana, o aumento da resistência à contratação de mães e gestantes é resultado de fatores estruturais e culturais ainda predominantes no ambiente corporativo. A retomada do modelo presencial em muitas empresas após a pandemia, combinada com um cenário econômico instável, tem intensificado os critérios de seleção. A pesquisa de Tendências 2025 indica que 69% das empresas brasileiras pretendem manter o trabalho presencial, refletindo um aumento de 7,3% em relação a 2024.

Benefícios e lacunas na política de apoio

Entre os benefícios oferecidos, apenas uma porcentagem diminuta dos entrevistados relatou opções que realmente contribuem para o equilíbrio entre vida profissional e pessoal: 18,9% mencionaram horários flexíveis, enquanto 17,5% citaram o salário-família. Apenas 16,6% afirmaram ter acesso a plano de saúde para dependentes, colocando em questão a eficácia das iniciativas existentes e demonstrando uma carência de programas estruturados de apoio às mães.

Christiana menciona que os dados disponíveis destacam a falta de visão estratégica de muitas empresas em relação à inclusão de gestantes e mães. “Estudos globais, como o da McKinsey & Company, sugerem que organizações com diversidade de gênero acima da média têm 25% mais chances de ter lucratividade superior”, afirma. Essa perspectiva é reforçada por estudos da ONU, que indicam que a diversidade nas empresas não apenas melhora a lucratividade, mas também impacta positivamente no comprometimento organizacional, competitividade e inovação a médio e longo prazo.

A importância da inclusão

A ausência de políticas de apoio e inclusão pode levar as empresas a perderem o acesso a um potencial significativo de talentos qualificados, resilientes e comprometidos. “Muitas mães desenvolvem habilidades valiosas, como gestão de tempo, empatia e resolução de problemas. Ao não criar condições para a permanência e desenvolvimento dessas profissionais, as organizações limitam sua própria diversidade de pensamento”, explica Christiana.

Além disso, a falta de inclusão pode resultar em maior rotatividade, acarretando custos elevados com recrutamento e treinamento, além de perdas relacionadas à reputação e competitividade no mercado. “Empresas que ignoram a contribuição das mães na força de trabalho correm o risco de enfrentar grandes desafios no cenário empresarial atual”, conclui a executiva.

Em um contexto onde a luta por igualdade de gênero e diversidade se torna cada vez mais crucial, é imperativo que as empresas reconsiderem suas políticas e criem um ambiente mais inclusivo e acolhedor para todas as mulheres, especialmente aquelas que são mães.

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