A prisão do advogado Leandro Ricardo Cordasso no dia 29 de abril de 2025, em uma operação da Polícia Federal (PF), acendeu um alerta nas esferas jurídicas e na sociedade. Ele é acusado de participar de um esquema de tráfico internacional de drogas utilizando veleiros e barcos, onde supostamente teria passado coordenadas para o transporte de cocaína a continentes como Europa e África. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) informou que vai investigar os atos do advogado, que pode enfrentar sérias penalidades pela sua conduta.
A ligação entre Cordasso e o tráfico internacional
De acordo com investigações reveladas pelo programa Fantástico, o advogado foi o responsável por contratar o velejador Flávio Fontes para realizar o transporte da droga. A PF rastreou 179 ligações entre Cordasso e Fontes durante duas viagens, evidenciando a relação direta entre eles no esquema de tráfico. Fontes, preso na Flórida, nos EUA, confirmou à Justiça americana que foi Cordasso quem pagou por seus serviços em três ocasiões. Além disso, as autoridades acreditam que o advogado possa estar ligado ao Primeiro Comando da Capital (PCC), uma das facções criminosas mais conhecidas do Brasil.
Implicações disciplinares para os advogados
Após a divulgação das informações sobre a prisão de Cordasso, a OAB se manifestou, afirmando que desconhecia os fatos até a veiculação da notícia. A seccional paulista da OAB afirmou que tomará as medidas necessárias para apurar o caso junto ao seu Tribunal de Ética e Disciplina, que terá a responsabilidade de instaurar procedimentos disciplinares e julgar as ações de Cordasso. As penalidades podem variar desde censura até a exclusão do advogado dos quadros da OAB.
Detalhes da operação Narco Vela
Durante a operação Narco Vela, a PF cumpriu 35 mandados de busca e prisão temporária nas cidades de Limeira e Iracemápolis, no interior de São Paulo, onde Cordasso foi preso. No total, 23 pessoas foram detidas em diferentes estados e cidades do país. A operação é uma resposta a um alerta recebido pela PF sobre a apreensão de três toneladas de cocaína em um veleiro brasileiro em alto-mar, feito pela Agência de Combate às Drogas (DEA) da Marinha dos Estados Unidos, em fevereiro de 2023.
A investigação apontou que a organização criminosa recrutava pescadores para transportar drogas e que esses entorpecentes eram transferidos para outras embarcações com destino ao exterior. Além de Cordasso, outras prisões preventivas foram realizadas em países como Estados Unidos, Itália e Paraguai.
Impacto internacional e apreensões
O tráfico internacional de drogas com o uso de embarcações parece estar se intensificando, com a PF reportando que outros carregamentos de drogas também foram interceptados em águas internacionais. A atuação conjunta da Guarda Civil Espanhola e da Marinha Francesa tem sido vital para desarticular operações desse tipo, contribuindo para as investigações que levaram à Operação Narco Vela e à prisão de Cordasso e outros envolvidos.
Com os olhos voltados para a luta contra o tráfico de drogas, a PF fez apreensões significativas durante a operação, incluindo bens que totalizam mais de R$ 1,32 bilhões, além de veículos de luxo que foram identificados e apreendidos em várias localidades.
Consequências e repercussões
As implicações do caso são abrangentes e impactam tanto o sistema jurídico quanto a luta contra o tráfico de drogas no Brasil. A prisão de um advogado, que deveria agir como defensor da lei, levanta questões sobre a integridade e a ética profissionais. A OAB, ao investigar o caso, demonstra seu compromisso em preservar a honra da profissão e proteger a sociedade contra práticas ilícitas.
O caso ainda está em andamento, e mais informações devem surgir à medida que as investigações continuam. A população acompanha atentamente, na expectativa de que a justiça seja feita e que os responsáveis por esse esquema complexo de tráfico internacional enfrentem as consequências de seus atos.
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