Brasil, 8 de maio de 2025
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Ministro Paulo Teixeira defende reforma agrária em feira do MST

Ministro do Desenvolvimento Agrário reage a críticas quanto à lentidão da reforma agrária durante evento do MST em São Paulo.

Em um cenário de crescente insatisfação entre os trabalhadores rurais, o ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, se viu na posição de explicar o progresso da reforma agrária na abertura da feira organizada pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), realizada nesta quinta-feira (8) no Parque da Água Branca, em São Paulo. O evento reuniu lideranças do MST que reclamaram da demora na destinação de lotes a mais de 120 mil famílias aguardando o assentamento em todo o Brasil.

Justificativas para o ritmo da reforma agrária

O ministro Paulo Teixeira assegurou que o governo do presidente Lula está comprometido com a pauta da reforma agrária, afirmando que “estamos este ano com a maior meta da história e já cumprimos metade”. Apesar da declaração, a plateia de trabalhadores rurais parecia cética quanto às promessas. O coordenador nacional do MST em São Paulo, Márcio José, expressou a insatisfação do movimento, afirmando que o governo ainda não apresentou soluções adequadas, mesmo considerando que o problema se arrasta desde as gestões anteriores.

Expectativas do MST e dados oficiais

Enfatizando que o “passivo” da reforma agrária é resultado dos governos de Michel Temer (MDB) e Jair Bolsonaro (PL), Márcio José reforçou: “Não estamos contentes, mas é um governo que tem compromisso com a pauta”. Em 2023, o governo do petista assentou 50,5 mil famílias, enquanto que para 2024, a previsão é de 74,8 mil, que incluem tanto a regularização de famílias já assentadas quanto a abertura de novas áreas, atingindo um total de cerca de 326 mil famílias em quatro anos, conforme dados do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA).

O ministério, em uma tentativa de apresentar transparência, elaborou uma cartilha contendo uma série histórica da reforma agrária desde 1995, evidenciando que após 2016, os assentamentos praticamente cessaram. Teixeira também abordou as críticas recebidas do MST, explicando que movimentos sociais têm o papel de pressionar por mudanças significativas.

A importância do movimento social

“Alguns me perguntam sobre a pressão do movimento. Eu quero dizer que movimento que não faz pressão é pelego. Nunca encarei as críticas no plano pessoal”, declarou Teixeira, recebendo aplausos do público presente. A sua fala evidenciou a importância dos movimentos sociais na luta pela reforma agrária e enfatizou que a pressão é uma parte legítima e necessária desse processo.

Feira do MST: um espaço de resistência e cultura

A feira do MST, com entrada gratuita, promete a comercialização de 500 toneladas de alimentos até o próximo domingo, oferecendo uma diversidade de 1,8 mil produtos e pratos típicos de diferentes regiões do Brasil. Débora Nunes, coordenadora nacional do MST em Alagoas, afirmou que o evento “reafirma o nosso projeto de agricultura” e destacou que, ao contrário de outras edições, neste ano não houve queixas sobre a liberação do espaço, que é de propriedade do governo estadual.

A feira não apenas representa uma oportunidade para agricultores familiares apresentarem seus produtos, mas também serve como um espaço de resistência cultural e política, reunindo pessoas que lutam por seus direitos e por uma reforma agrária justa e efetiva. Embora a crítica à lentidão dos assentamentos persista, eventos como este alimentam o debate sobre o papel da agricultura familiar e as prioridades do governo federal para o campo.

Enquanto Paulo Teixeira continua a se defender das críticas e a reafirmar o compromisso do governo com a reforma agrária, o movimento MST mantém seu papel crucial na luta por direitos e pela busca de respostas que ainda precisam ser concretizadas em ações efetivas. A celebração do evento ressalta a importância da união e da resiliência da classe trabalhadora rural na busca por melhores condições de vida e oportunidades de desenvolvimento sustentável.

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