No último dia 8 de maio, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) encontrou-se com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, em Moscou, durante as celebrações do Dia da Vitória, um evento que rememora a vitória sobre a Alemanha nazista na Segunda Guerra Mundial. A reunião, que contou com a presença de líderes mundiais, resultou em uma série de críticas, principalmente do grupo bolsonarista, que acusou o petista de se associar a regimes autoritários.
Contexto do encontro em Moscou
Lula e Putin se encontraram em um jantar em que o presidente russo fez questão de entregar um buquê de flores à primeira-dama, Rosângela da Silva, conhecida como Janja. O evento fez parte das comemorações, que atraem a atenção do mundo todo, especialmente pelo seu simbolismo político. Lula busca reafirmar o papel do Brasil como um ator relevante nas discussões internacionais, incluindo a mediação de conflitos, como o que ocorre atualmente entre Rússia e Ucrânia.
Porém, a visita não foi bem recebida por todos. O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) expressou sua indignação nas redes sociais, afirmando que Lula “não esconde sua admiração pela Revolução Comunista que colocou esses ditadores no poder e o povo na miséria e na fome”. Essa crítica se alinha com o viés ideológico de grande parte do bolsonarismo, que condena qualquer relação próxima com a Rússia ou outros regimes considerados autoritários.
Reações e críticas ao presidente
A presença de Lula nas celebrações de um líder que tem sido frequentemente criticado por suas práticas autoritárias gerou uma onda de reações irônicas. O senador Rogério Marinho (PL-RN) fez referência à famosa frase “Dize-me com quem andas…” em relação à presença de Lula ao lado de Putin e outros líderes autocráticos, insinuando que essa associação mancha a imagem do Brasil.
Além das críticas de políticos, houve reações de alguns comentaristas e cidadãos que também expressaram a opinião de que a imagem do Brasil poderia ser prejudicada por essa aproximação. O deputado federal Delegado Zucco (PL-RS) criticou a escolha de Lula em estar presente em Moscou, em vez de enfrentar questões internas, como a fraude no INSS. “Um presidente comprometido com seu povo estaria presente em meio ao caos, enfrentando de frente o roubo que atingiria justamente os mais necessitados”, escreveu.
Objetivos da visita de Lula à Rússia
Apesar das críticas, a viagem de Lula à Rússia carrega um duplo objetivo, conforme informaram interlocutores do governo brasileiro. O primeiro é tentar colocar o Brasil como mediador nas negociações de paz entre Rússia e Ucrânia, uma posição que muitos consideram desafiadora, dado o contexto de polarização política global. O segundo objetivo é afirmar a independência da política externa brasileira em relação a outras grandes potências, sinalizando que o Brasil pretende construir sua própria narrativa e alianças no cenário internacional.
Assim, mesmo em meio às controvérsias e críticas, Lula continua buscando fortalecer o papel do Brasil nas discussões globais, um projeto que inclui minimizar a influência de outras potências e demonstrar uma postura autônoma na arena internacional. Contudo, a questão permanece sobre como estas escolhas afetarão a percepção interna e externa do governo petista e seu compromisso com os cidadãos brasileiros.
É inegável que a política internacional é complexa e os movimentos de líderes como Lula são sempre rodeados de interpretações e análises diversas, especialmente em um país dividido como o Brasil. Enquanto Lula busca ampliar o papel do Brasil no mundo, os desafios internos e as reações da oposição continuarão a ser fatores fundamentais na avaliação de sua administração.
