Brasil, 8 de maio de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

Dona Iraci: a guardiã da gastronomia periférica em São Paulo

Dona Iraci, baiana do acarajé, é um símbolo da força feminina e da cultura na periferia de São Paulo.

A gastronomia serve não só para nutrir, mas também para contar histórias e celebrar a cultura de comunidades. Nesta quinta-feira, o Portal IG destaca a trajetória de Dona Iraci da Silva Santos, uma mulher que simboliza a luta e a força das mulheres periféricas em São Paulo através da culinária baiana. Com suas iguarias, ela transforma ingredientes simples em verdadeiras obras de arte e resistência.

A trajetória de Dona Iraci: da Bahia a São Paulo

Dona Iraci, 64 anos, é uma baiana autêntica do acarajé, provedora de sabor e cultura. Sua história começou nas feiras da Bahia, onde vendeu acarajé, um dos principais pratos da culinária afro-brasileira, que é também um símbolo de ancestralidade e resistência. Nos anos 1990, ela decidiu abrir novos horizontes, vindo para São Paulo em busca de melhores oportunidades.

Em 1999, armada de coragem e fé, deixou seu marido e se mudou com seu filho para o Jardim São Luiz, na zona sul da cidade. Foi lá que o acarajé se tornou não apenas um sustento, mas a chave para manter viva sua dignidade e os sonhos de um futuro melhor para seu filho. Dona Iraci é um exemplo claro de força, tendo criado seu filho sozinha, enfrentando diversos desafios em um novo ambiente, longe de sua terra natal.

O sabor da resistência e da cultura

Com um sorriso no rosto, Dona Iraci relembra sua trajetória: “Sempre me virei sozinha”, diz, mostrando a força que a caracteriza. Através do seu trabalho duro, ela conseguiu proporcionar uma educação de qualidade para seu filho, que hoje é formado em Educação Física. Mas mesmo após tantas conquistas, Dona Iraci continua a vender acarajé com o mesmo amor e dedicação de antes. Sua presença auferida na comunidade vai além da sobrevivência; é um ato de orgulho e de afirmação cultural.

Atualmente, é ao lado do Parque Munhoz, no Campo Limpo, que Dona Iraci monta sua barraca de acarajé todas as segundas, quartas e sextas-feiras. No seu espaço, ela não revela somente o sabor do seu prato, mas também a história de luta de toda uma geração de mulheres que, como ela, se dedicam a manter viva a tradição culinária e a força da cultura afro-brasileira nas periferias.

A importância da gastronomia periférica

A gastronomia periférica vai além de apenas servir comida; ela representa a preservação de memórias, a movimentação de economias e o fortalecimento de laços comunitários. É dentro dessas comunidades que verdadeiros sabores nacionais nascem, destacando não apenas a autenticidade, mas a criatividade e a habilidade das mulheres que mantêm essas tradições. Dona Iraci, com seu acarajé, é um exemplo claro dessa resistência cultural.

Apoiar a gastronomia periférica é, portanto, um ato de resistência. Valorizá-la é dar voz a quem transforma ingredientes comuns em pratos que carregam consigo uma riqueza histórica ancestral. Os saberes transmitidos de geração em geração e que não encontram espaço em livros, mas que possuem o poder de fortalecer comunidades inteiras e promover transformação social.

Como apoiar a gastronomia periférica

Se você conhece alguma mulher na periferia que está à frente de um negócio, seja vendendo bolo, acarajé, marmitas ou pães, seu apoio é fundamental. Compre, divulgue e valorize essas iniciativas. Cada gesto conta e faz a diferença na preservação dessa cultura vibrante que pulsa nas ruas e é capaz de conectar e fortalecer comunidades.

Encerramos essa apresentação pela culinária periférica com um convite: na próxima quinta-feira, voltaremos com mais histórias e sabores que fazem parte do cotidiano e da luta dessas heroínas que, através da comida, continuam deixando sua marca na sociedade.

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes