O Consórcio K&G Rota da Celulose conquistou, nesta quinta-feira, o leilão da chamada Rota da Celulose, realizado na sede da Bolsa de Valores (B3) em São Paulo. A disputa envolveu regiões das rodovias estaduais MS-040, MS-338 e MS-395, e das federais BR-262 e BR-267, e a proposta vencedora foi de um desconto de 9% sobre o pedágio, superando as ofertas das concorrentes que variaram entre 4% e 8%.
O projeto e suas implicações
O projeto é resultado de uma parceria entre o governo federal e o estado do Mato Grosso do Sul (MS). Ele prevê a concessão de 870 km de rodovias ao longo dos próximos 30 anos, incluindo serviços de recuperação, operação, manutenção, conservação, melhorias e ampliação da capacidade das vias. O investimento total estimado é de R$ 6,9 bilhões.
Segundo informações do Ministério dos Transportes, a concessão deve gerar cerca de 87.657 empregos, abrangendo diretos, indiretos e os decorrentes do “efeito-renda”. Esta infraestrutura é considerada fundamental para o setor, pois facilita o escoamento da produção de celulose, reduzindo custos logísticos para as empresas da região e atraindo novos investimentos. O estado possui 1,5 milhão de hectares dedicados à produção de celulose, com uma produção anual de 7,5 milhões de toneladas.
Participantes do leilão
Além do consórcio vencedor, participaram do leilão as seguintes licitantes:
- Consórcio Caminhos da Celulose, composto por XP Infra V e várias construtoras;
- BTG Pactual Infraestrutura III Fundo de Investimento;
- Rotas do Brasil S.A.
Integração e expansão comercial
A Rota da Celulose será integrada à Rota Bioceânica, uma importante via que conecta os oceanos Atlântico e Pacífico, ampliando as oportunidades de comércio internacional. O Ministério dos Transportes ressalta que essa conexão irá fortalecer os laços do Brasil com os mercados da Ásia e da América do Norte, favorecendo o fluxo de exportações e importações.
O leilão anterior, realizado em dezembro, não atraiu propostas, levando a revisões nos termos do contrato. A nova modelagem incluiu ajustes no prazo de conclusão das obras essenciais, exigindo que sejam finalizadas entre o 6º e o 8º ano de concessão.
A visão para o futuro
O governador do Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, destacou que as modificações no contrato pretendem otimizar a execução das obras, que agora incluem um planejamento mais flexível e adaptado à realidade de mercado. Ele se mostrou otimista quanto ao cumprimento das novas obrigações, ressaltando que os contratos atuais possuem mecanismos mais eficazes para garantir o cumprimento das exigências.
A ministra do Planejamento, Simone Tebet, também apontou que leilões do governo federal têm atraído investimentos significativos, com cerca de R$ 140 bilhões gerados na iniciativa privada nos últimos dois anos. “Estamos falando de praticamente três PACs, ou seja, três anos de investimento público em obras de infraestrutura,” afirmou.
Além disso, Tebet revelou que está a caminho da China para discutir potenciais investimentos em ferrovias, sublinhando a necessidade de parcerias e fundos internacionais para melhorar a infraestrutura ferroviária no Brasil, que historicamente tem sido negligenciada.
Melhorias planejadas na infraestrutura
O contrato de concessão prevê uma série de melhorias na infraestrutura com destaque para:
- 115 km em duplicações de rodovias;
- 457 km em acostamentos;
- 245 km em terceiras faixas;
- 12 km em vias marginais;
- 38 km de contornos urbanos;
- 22 passagens de fauna;
- 20 alargamentos de pontes.
Com a vitória do Consórcio K&G, o Mato Grosso do Sul se prepara para um desenvolvimento significativo em sua infraestrutura viária, o que pode transformar o cenário econômico e social da região.
