Brasil, 10 de maio de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

Banco Central eleva Selic para 14,75% e reforça cautela fiscal

Copom anuncia novo aumento na taxa Selic em meio a incertezas econômicas.

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil decidiu, nesta quarta-feira, elevar a taxa Selic em 0,50 ponto percentual, passando de 14,25% para 14,75%. Este é o maior patamar da taxa em quase 19 anos, desde agosto de 2006. Embora o BC não tenha fornecido indicações claras sobre as próximas decisões, o comunicado do Copom destacou mensagens importantes que poderão moldar as expectativas do mercado, especialmente para a reunião de junho e cenários mais longos.

Os cinco principais recados do Copom

Além do aumento da taxa, especialistas ressaltam que a comunicação do BC trouxe recados que podem impactar a condução da política monetária nos próximos meses. A seguir, estão os cinco principais pontos abordados no comunicado:

Cautela e flexibilidade

O Banco Central enfatizou a necessidade de “cautela adicional” na condução dos juros, juntamente com “flexibilidade” para avaliar os dados que influenciam a dinâmica inflacionária. Essa postura foi justificada pela elevada incerteza no cenário econômico, principalmente a nível externo, e pelo estágio avançado do ciclo de alta de juros, que já acumula um aumento de 4,25 pontos percentuais. A expectativa é que esse aumento continue a impactar o crescimento econômico nos próximos meses.

Política monetária contracionista

Uma mudança significativa no comunicado foi a remoção da frase anterior que indicava um ambiente que exigia uma política monetária “mais contracionista”. Ao invés disso, o Copom afirmou que o atual cenário requer uma política monetária “em patamar significativamente contracionista por período prolongado”. Essa alteração sugere que os juros podem permanecer elevados por algum tempo, impactando diretamente no crédito e nos investimentos.

Riscos para a inflação

Outra atualização importante no comunicado do Copom foi em relação ao balanço de riscos para a inflação. A autoridade monetária retirou menções sobre uma assimetria altista, que indicava uma maior chance de a inflação superar as expectativas. O novo cenário traz uma projeção de 3,6% de inflação ao final de 2026, o que ainda está longe da meta de 3,0% estabelecida pelo governo.

Influência do cenário internacional

O BC atribuiu a mudança na expectativa de inflação a fatores internacionais, citando uma possível redução nos preços de commodities. O comunicado também fez referência à política comercial da administração do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a qual contribui para aumentar as incertezas em relação à economia global. Essa dinâmica demanda cautela adicional por parte de países emergentes que enfrentam tensões geopolíticas e financeiras.

Moderação no crescimento econômico

O Copom também sinalizou que está mais confiante na observação de uma desaceleração no crescimento econômico brasileiro, embora ainda considerada “incipiente”. No comunicado, o grupo explicou que “observa-se uma incipiente moderação no crescimento”, alterando a visão anterior de que havia apenas “sinais” de desaceleração. Essa avaliação é fundamental para entender como o BC poderá agir no futuro, especialmente em um contexto onde as expectativas de inflação e os níveis de atividade econômica estão interligados.

Em resumo, a elevação da Selic para 14,75% reflete não apenas a necessidade de controlar a inflação, mas também um esforço para navegar em meio a incertezas econômicas que permeiam o cenário global. Os próximos passos do Copom serão observados de perto, uma vez que a instituição busca equilibrar a necessidade de controle inflacionário com o estímulo ao crescimento econômico.

As decisões tomadas pelo Banco Central não impactam apenas o mercado financeiro, mas também influenciam diretamente a vida do cidadão brasileiro, seja por meio de empréstimos, financiamentos ou até mesmo nas taxas de juros cobradas em diferentes produtos. Assim, a comunicação clara e eficaz do BC será fundamental para as expectativas do mercado nos próximos meses.

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes