Brasil, 9 de maio de 2025
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Aumento de 6,9% nas empresas em recuperação judicial no Brasil

O número de empresas em recuperação judicial no Brasil cresceu 6,9% no primeiro trimestre de 2025, refletindo desafios econômicos.

No Brasil, o cenário econômico continua a exigir a atenção das empresas, especialmente em um período de recuperação judicial. De acordo com um levantamento da consultoria RGF & Associados, o número total de empresas que se encontravam sob esse regime aumentou em 6,9% no primeiro trimestre de 2025, atingindo 4.881 empresas em março, comparado a 4.568 em dezembro de 2024. Essa alta sinaliza desafios contínuos enfrentados pelo setor empresarial no país.

Causas do aumento nas recuperações judiciais

O aumento nas solicitações de recuperação judicial pode ser atribuído a uma combinação de fatores, com destaque para as elevadas taxas de juros e problemas de gestão. O setor agroindustrial, em particular, tem enfrentado dificuldades significativas, que impactam sua estabilidade financeira. Neste primeiro trimestre, 203 empresas passaram pelo processo de recuperação, das quais 80% conseguiram retomar suas atividades sem a supervisão judicial.

Por outro lado, um pequeno percentual, apenas 2%, teve seus registros encerrados ou foram classificados como inaptos. Além disso, 18% das empresas que se recuperaram acabaram falindo. Essas estatísticas levantam uma preocupação sobre a resiliência dos negócios em face de um ambiente econômico volátil.

O papel dos investimentos em recuperação

“Observamos um crescimento expressivo no mercado de investimentos em empresas em recuperação, impulsionado pelo modelo DIP (Debtor-in-Possession),” explica Rodrigo Gallegos, especialista em reestruturação e sócio-consultor da RGF.

Segundo Gallegos, as expectativas são de que o número de reestruturações financeiras continue a crescer ao longo de 2025. Isso é reflexo da desaceleração econômica e dos desafios enfrentados por setores que exigem maior capital, como a indústria e serviços.

Setores mais afetados pela recuperação judicial

O monitoramento realizado pela RGF analisa a situação de 2,1 milhões de empresas e revela que o setor industrial apresenta o maior número de empresas em recuperação judicial, totalizando 1.112 casos. Isso representa o maior volume desde o começo da série histórica da consultoria. Notavelmente, muitas dessas empresas estão ligadas ao agronegócio, incluindo usinas sucroalcooleiras, laticínios e frigoríficos.

Após a indústria, o setor de serviços ocupa a segunda posição em número de pedidos de recuperação judicial, com 1.105 casos registrados, seguido pelo comércio (996), infraestrutura, energia e saneamento (992), agropecuária (341) e outros setores (335). Esses dados indicam a complexidade e a diversidade dos desafios econômicos que as empresas enfrentam em diferentes setores.

Metodologia do levantamento

O estudo que embasa esses dados vem sendo realizado desde junho de 2023 e exclui microempresas (MEs) devido à sua representatividade reduzida em relação ao total de empresas. Também não considera organizações não-governamentais (ONGs), entidades governamentais e filiais, que não são contabilizadas como unidades jurídicas independentes.

A RGF oferece a possibilidade de consulta dos dados completos por estado e atividade econômica em seu site oficial, fornecendo informações detalhadas que podem ajudar a compreender melhor o panorama empresarial atual.

O aumento no número de empresas em recuperação judicial é um indicativo claro de que a economia brasileira ainda enfrenta desafios significativos. À medida que os setores tentam se reerguer, é vital que tanto as medidas governamentais quanto as iniciativas de reestruturação sejam eficazes para garantir a sustentabilidade e a continuidade das operações das empresas no país.

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