Brasil, 8 de maio de 2025
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AGU deixa de fora entidades de pedidos de bloqueio de recursos

A Advocacia-Geral da União não incluiu quatro associações em pedidos de bloqueio de bens em investigação sobre fraudes no INSS.

Em uma ação significativa, a Advocacia-Geral da União (AGU) excluiu quatro associações de um conjunto de pedidos de bloqueio de recursos e quebra de sigilo na operação Sem Desconto, que investiga fraudes envolvendo o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Esta operação, deflagrada em abril pela Polícia Federal, examina como determinadas associações utilizaram dados de segurados do INSS para realizar cobranças indevidas, muitas delas aplicadas sem autorização direta dos aposentados.

Contexto da operação Sem Desconto

No dia 5 de maio, um inquérito administrativo foi aberto pelo INSS, o que levou a AGU a ajuizar uma ação cautelar. O órgão fundamentou o pedido em um “material probatório robusto”, conforme disposto na Lei Anticorrupção. Entre as práticas ilegais investigadas estão o uso de entidades de fachada e supostos pagamentos de propina a agentes públicos. O governo estima um montante de R$ 2,6 bilhões bloqueados para ressarcir aqueles que foram lesados por essas cobranças indevidas.

Associações que ficaram de fora

Uma das associações notórias que não teve o bloqueio solicitado foi a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag). Em 2023, a Contag recebeu R$ 426 milhões através de descontos. Em contato, a entidade se manifestou afirmando estar à disposição para colaborar com as investigações e garantiu que nenhum dos seus associados foi prejudicado por descontos irregulares nos benefícios previdenciários. Esta posição robusta reflete um esforço de transparência em meio aos questionamentos.

Outra entidade que também escapou das ações da AGU foi a Conafer, que reportou uma receita de R$ 202,3 milhões no mesmo ano. A Conafer, até o momento, não se pronunciou sobre os desdobramentos de sua exclusão dos pedidos de bloqueio.

Direção de entidades sob investigação

Além disso, o Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi), cujo diretor vice-presidente é José Ferreira da Silva, conhecido como Frei Chico e irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, também não teve pedidos de bloqueio realizados. O Sindnapi declarou que foi um dos denunciantes de irregularidades ligadas às cobranças, reforçando o apoio às investigações com um discurso de transparência.

O sindicato enfatizou sua atividade idônea, declarando que sua crescente arrecadação é resultado do aumento no número de associados e na qualidade dos benefícios oferecidos.

Outras entidades e o impacto das medidas judiciais

Além da Contag e do Sindnapi, a ABCB/Amar Brasil também foi mencionada nas ações judiciais, mas não teve seus bens bloqueados nesta fase. Em comunicado, a AGU não incluiu essa entidade entre os pedidos de bloqueio de bens. A associação solicitou que qualquer esclarecimento fosse tratado diretamente com seu advogado, que não retornou o contato da reportagem.

Expectativas futuras nas investigações

A AGU declarou que novas medidas poderão ser adotadas, conforme o avanço das investigações. A conclusão deste caso destaca a complexidade e a importância da apuração rigorosa sobre o uso de dados pessoais e a administração de fundos públicos nas associações. Compreender essas dinâmicas e garantir a proteção dos segurados do INSS é essencial para reforçar a confiança nas instituições e assegurar que as irregularidades sejam tratadas adequadamente.

Portanto, à medida que a operação Sem Desconto avança, fica evidente que a questão do bloqueio de recursos e a investigação das associações envolvidas continuarão a gerar debates acalorados. As decisões da AGU e das entidades em responder essas acusações são cruciais para moldar o futuro das políticas públicas relacionadas aos aposentados e pensionistas no Brasil.

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