A recente morte do Papa Francisco deixou um vazio profundo no coração de muitos, especialmente entre aqueles que o conheceram pessoalmente. O cardeal Robert Prevost, agora eleito como o 267º Bispo de Roma sob o nome de Leão XIV, compartilhou com emoção suas recordações e reflexões sobre o pontífice, revelando aspectos marcantes da personalidade e do ministério de Francisco.
A autenticidade de Francisco
Prevost descreve o Papa Francisco como um homem de coerência e autenticidade, que sempre trouxe um amor genuíno pela Igreja e um compromisso em servir aqueles que mais precisavam. “A disposição dele de viver o Evangelho de forma verdadeira foi uma marca constante”, afirmou Prevost. Desde os anos em que os dois se encontraram na Argentina, Prevost percebeu que Francisco não apenas falava sobre fé, mas a vivia em cada interação e gesto. O cardeal relembra um encontro marcante em que Francisco, ao vê-lo na sacristia do Vaticano, imediatamente o reconheceu, provando assim a profundidade de sua memória e conexões pessoais.
Encontros que marcaram uma amizade
Durante sua trajetória, o cardeal Prevost teve várias oportunidades de interagir com Francisco, desde suas conversas informais na Argentina até momentos mais solenes, como a celebração da missa de abertura do Capítulo Geral da Ordem de Santo Agostinho em Roma, em agosto de 2013. “Ele já conhecia bem a Basílica de Santo Agostinho e aceitou o convite de forma calorosa”, recorda Prevost, um gesto que evidenciava a bondade e a humildade do pontífice.
A preocupação com o povo peruano
Sendo nomeado administrador apostólico da diocese de Chiclayo no Peru, Prevost também recebeu sempre o apoio e preocupação de Francisco em relação ao povo peruano. “Ele questionava constantemente sobre as necessidades e desafios que enfrentávamos”, relembra. Este cuidado com as comunidades é uma das marcas do pontificado de Francisco, que sempre se preocupou em estar próximo dos mais necessitados, um princípio que ficou evidente também durante sua visita ao Peru.
A mensagem de proximidade
Prevost destaca que a beleza do ministério de Francisco estava na sua capacidade de viver a proximidade com os pobres e marginalizados. Uma das recordações mais tocantes foi durante a visita do Papa ao Peru, onde ele se encontrou com uma mulher cega de 99 anos que buscava um contato direto com o pontífice. “Francisco a cumprimentou com tanta ternura; seus gestos foram sempre de uma humanidade tocante”, disse Prevost, reforçando que esses momentos mostram a essência do Evangelho.
Compromisso e dedicação
Nos seus últimos anos, Prevost teve encontros semanais fixos com o Papa, onde discutiam questões relevantes para a Igreja. “Ele estava sempre bem preparado e desejava transformar o que pensava em ações concretas. Sua dedicação ao serviço da Igreja era admirável”, afirmou Prevost. Nos encontros, além de tratar de temas importantes, o humor de Francisco sempre vinha à tona, com ele lembrando da importância de manter o sorriso mesmo nos momentos mais difíceis.
Reflexões sobre o legado
O cardeal Prevost reflete sobre a necessidade de se agarrar ao legado deixado pelo Papa Francisco, um chamado a continuar o trabalho iniciado por ele, especialmente em relação às questões sociais e à renovação da Igreja. “A mensagem que ele deixou é clara: não podemos parar. Devemos sempre buscar formas de alcançar os jovens e os necessitados com a mensagem do Evangelho”, destacou Prevost. Ele acredita que, apesar das dificuldades, é na vivência do amor que se encontra a verdadeira essência da fé, uma premissa defendida com vigor por Francisco.
A importância do silêncio e da reflexão
Em meio à dor pela perda, Prevost enfatiza a importância de um tempo para a reflexão e a gratidão. “É preciso viver esse momento com profundidade, entender o que o Papa deixou para nós”, concluiu. O cardeal sugere que este momento deve ser vivido em silêncio, permitindo que o legado do Papa Francisco inspire e guie os fiéis e a Igreja como um todo.
O Papa Francisco não será lembrado apenas por sua posição, mas por sua humanidade, compaixão e pelo constante convite à vivência autêntica do Evangelho, que deve ser um modelo para todos os que desejam servir a Igreja e a sociedade.
Para mais informações, acesse o link da fonte: Vatican News.