Brasil, 10 de maio de 2025
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Incertezas marcam reunião do Copom e alerta para a inflação

O comunicado do Copom destaca incertezas no cenário econômico e fluctuações na inflação, mantendo a taxa de juros sob análise.

Em meio a um cenário econômico volátil, o Comitê de Política Monetária (Copom) realizou sua reunião na última quarta-feira, resultando em um comunicado que sinalizou incertezas decorrentes da guerra tarifária promovida por Donald Trump. Apesar das ameaças externas, os riscos de alta e baixa para a inflação se mostraram mais simétricos, com três fatores para cada lado. Assim, o Copom não se posicionou claramente sobre seus próximos passos, adotando as palavras “cautela” e “flexibilidade” como diretrizes para o futuro.

A divisão no mercado

A comunicação da reunião do Copom não trouxe um encaminhamento claro sobre o ciclo de altas nas taxas de juros, questão que divide o mercado financeiro. Alguns analistas acreditam que a estratégia adotada foi positiva em um ambiente ainda cheio de incertezas e variáveis. Marco Antonio Caruso, economista do Santander, destacou que o fato de não ter previsões para a próxima reunião é um sinal de flexibilidade, dada a dinâmica incerta da economia.

Reações e análises de economistas

Claudia Moreno, economista do C6 Bank, ressaltou que essa foi a primeira decisão da nova presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, que ocorreu sem uma orientação firme. Ela acredita que a condução até o momento tem sido técnica e isenta de influências políticas, o que pode ser um bom indicativo para tramitações futuras na autoridade monetária. Em seu entendimento, caso não haja surpresas, o ciclo de alta nas taxas de juros pode findar na reunião atual, mas com expectativas de um aumento de 0,25 na próxima.

Perspectivas para a política monetária

Segundo Moreno, o novo relato do Copom alterou sua posição anterior de uma política mais contracionista para uma abordagem que a considera “suficientemente contracionista”. Ela estima que a taxa de juros possa permanecer em 14,75% a 15% até 2026, uma vez que mesmo com as incertezas globais diminuindo, a taxa ainda está acima da meta estipulada e o mercado de trabalho continua aquecido.

A continuação do ciclo de aperto monetário

Roberto Padovani, economista-chefe do BV, expressou que a continuidade do ciclo de elevações monetárias ainda não está descartada. Ele argumentou que um aumento de 0,25 pontos é viável, considerando a atual pressão inflacionária e o cenário econômico desafiador, com expectativas inflacionárias ainda complicadas. Padovani vê como essencial que o Banco Central mantenha uma taxa elevada por um período prolongado, a fim de garantir a estabilidade da economia.

Sinais de desaceleração econômica

Gustavo Sung, economista-chefe da Sun Research, chamou atenção para os sinais de desaceleração do crescimento econômico. Segundo ele, o Copom indicou em seu comunicado que os indicadores de crescimento econômico têm mostrado uma moderação recente, o que pode ser um prenúncio de um período mais contido para a economia brasileira. “O problema é que a inflação permanece acima da meta, o que é preocupante”, comentou Sung.

O que esperar para o futuro

O comunicado do Copom sublinha a complexidade dos desafios econômicos atuais, que vão além das incertezas globais provocadas pela política de Trump. Apesar dos riscos de inflação estarem mais equilibrados, a conclusão é de que a cautela deve persistir nas próximas reuniões. O panorama econômico é incerto, e a capacidade do Banco Central de adaptar suas ações ao cenário pode ser determinante para o controle da inflação e o crescimento sustentável.

À medida que se aproxima a próxima reunião do Copom, a expectativa é de que medidas concretas sejam tomadas para lidar com os desafios que cercam a economia brasileira. O saldo atual da política monetária e as diretrizes traçadas pela autoridade monetária continuarão sendo fundamentais para a condução das finanças do país nos meses seguintes.

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