Brasil, 10 de maio de 2025
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Bolsonaro afirma que anistia depende do Congresso e não de intervencionismos

O ex-presidente Jair Bolsonaro se manifestou nesta quarta-feira, durante um ato em Brasília, sobre a polêmica em torno da anistia para os envolvidos nos atos de vandalismo de 8 de janeiro. Em suas declarações, ele enfatizou que a eventual concessão de anistia é uma prerrogativa exclusiva do Parlamento, e que ninguém deve interferir nas decisões tomadas pela Casa Legislativa.

A importância do Parlamento na concessão de anistia

Bolsonaro declarou: “Anistia é um ato político privativo do Parlamento brasileiro. O Parlamento votou, ninguém tem que se meter em nada. Tem que cumprir a vontade do Parlamento, que representa a vontade da maioria do povo brasileiro.” A afirmação foi uma defesa clara do processo legislativo e da autonomia dos representantes eleitos.

O ato foi marcado pela presença de outras figuras políticas significativas, incluindo a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, senadores Flávio Bolsonaro (PL-RJ), Marcos Pontes (PL-SP), Magno Malta (PL-ES) e o presidente do PL, Valdemar Costa Neto. Essa demonstração de apoio evidencia a base política que ainda persiste em torno de Bolsonaro, mesmo após a sua saída da presidência.

Conversa sobre alternativas legislativas

A oposição, por sua vez, já havia tentado reunir assinaturas na Câmara dos Deputados para encaminhar um projeto de lei que agilizasse a proposta de anistia. No entanto, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), decidiu barrar a iniciativa, buscando construir uma solução alternativa que pudesse trazer consenso sobre o assunto.

Articulações para reformulação da legislação

As articulações em torno da anistia e das formas de punir os envolvidos nos atos de 8 de janeiro têm sido orquestradas em grande parte pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP). A proposta em discussão visa um consenso sobre uma nova legislação que alteraria as definições de golpe de Estado e abolição violenta do Estado Democrático de Direito. As mudanças sugeridas poderiam resultar em penas reduzidas para os réus, inclusive aqueles já condenados.

O objetivo seria encontrar uma forma de penalizar os responsáveis diretos pela articulação dos atos, sem, no entanto, conceder um “perdão” generalizado aos envolvidos nas manifestações, especialmente aqueles com menor potencial ofensivo. Essa proposta intenta um equilíbrio que poderia diminuir as tensões entre os diferentes setores da sociedade e da política.

Caso específico da cabeleireira Débora Rodrigues

Destacada durante a manifestação por Michelle Bolsonaro, a cabeleireira Débora Rodrigues dos Santos foi condenada a 14 anos de prisão pela Primeira Turma do STF. O caso dela foi lembrado, dado que Débora se tornou um símbolo da repressão às manifestações, tendo sido responsabilizada por pichar uma estátua em frente ao Supremo. Em agradecimento ao voto do ministro Luiz Fux, que optou por um tempo de pena menor, Michelle destacou a importância do apoio judicial que a cabeleireira recebeu.

“Eu tenho um agradecimento ao ministro Luiz Fux, que foi sensato em seu voto a favor de Débora”, declarou Michelle, demonstrando solidariedade à sua causa e uma tentativa de angariar apoio popular ao debate sobre a anistia política.

Reforço de segurança em Brasília

Em meio a essa efervescência política, a segurança na Praça dos Três Poderes foi reforçada. Policiais militares foram deslocados para evitar que os manifestantes se aproximassem do Congresso, semelhante ao que ocorreu em 8 de janeiro. Grades foram instaladas nos acessos, refletindo as preocupações das autoridades sobre possíveis novas aglomerações ou tumultos.

Essas medidas de segurança mostram não apenas a fragilidade do momento político no Brasil, mas também as tensões ainda presentes entre diferentes grupos sociais e políticos. O clima polarizado que permeia a discussão sobre anistia continua a suscitar debates acalorados entre defensores e opositores da ideia.

Com a repercussão dos eventos e declarações recentes, os próximos dias serão cruciais para a definição do futuro político do Brasil e das possíveis mudanças na legislação sobre anistia, refletindo as demandas da população e as estratégias políticas em jogo.

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