O dólar abriu em baixa nesta quarta-feira (23), refletindo uma onda de alívio nos mercados globais após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, recuar em suas críticas ao presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, e sinalizar flexibilidade nas tarifas contra a China.
Às 9h01, a moeda americana caía 0,43%, cotada a R$ 5,7034. Na véspera, já havia recuado 1,32%, encerrando o dia a R$ 5,7278. No acumulado, o dólar registra queda de 1,32% na semana, mas ainda sobe 0,39% no mês e recua 7,31% no ano.
Ibovespa mantém alta e reflete melhora no exterior, dólar recua
O principal índice da Bolsa brasileira, o Ibovespa, teve alta de 0,63% na terça-feira, alcançando 130.464 pontos. Com isso, acumula ganhos de 0,63% na semana, 0,16% no mês e 8,46% no ano.
Os investidores reagem positivamente à menor tensão entre Trump e Powell, bem como aos sinais de desaceleração no confronto tarifário entre os Estados Unidos e a China.
Trump volta atrás e acalma os mercados
Depois de afirmar que poderia demitir Powell — algo que legalmente exigiria um processo complexo e pouco provável — Trump recuou e declarou que não pretende mais destituí-lo. O gesto foi visto como uma tentativa de evitar mais instabilidade em um cenário já volátil, marcado por críticas à política monetária do Fed e às tarifas comerciais.
Powell e o tarifaço: atrito em foco
A tensão entre Trump e Powell se intensificou após o presidente do Fed criticar os efeitos negativos das tarifas sobre a economia americana. Segundo Powell, os aumentos tarifários podem elevar os custos de produção, pressionando a inflação — justamente o que o Fed tenta conter por meio de juros elevados.
Atualmente, a taxa de juros dos EUA está entre 4,25% e 4,50%, um patamar alto que, embora útil para conter a inflação, também reduz o consumo e pode desacelerar a economia.
EUA e Índia fecham acordo para evitar tarifa recíproca
O vice-presidente dos EUA, JD Vance, anunciou nesta terça-feira que o país chegou a um acordo de princípios com a Índia para evitar novas tarifas recíprocas. Segundo ele, o tratado poderá fortalecer parcerias nas áreas de defesa e energia.
Wall Street reage positivamente
As bolsas norte-americanas encerraram o dia em forte alta, impulsionadas por balanços positivos e pela perspectiva de alívio nas tensões com a China. O Dow Jones subiu 2,66%, o S&P 500 ganhou 2,51%, e o Nasdaq avançou 2,71%.