Durante depoimento nesta terça-feira (22) em um tribunal federal em Washington, o vice-presidente de parcerias de plataformas e dispositivos do Google, Peter Fitzgerald, revelou que a Samsung está em negociações com outras empresas de inteligência artificial para incluir seus aplicativos nos próximos smartphones da marca. A informação foi confirmada como parte do processo antitruste movido pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos contra a gigante da tecnologia.
Processo acusa Google de monopólio no setor de buscas
O julgamento, que se estende por três semanas, busca determinar como o Google deve ser punido por supostamente manter um monopólio ilegal sobre o mercado de buscas online. Segundo o Departamento de Justiça, a empresa pagou fabricantes de dispositivos e navegadores para manter seu motor de busca como padrão, violando as regras de concorrência.
Em decisão anterior, o juiz Amit Mehta concluiu que o Google abusou de sua posição dominante, e agora o tribunal avalia medidas corretivas, que incluem a interrupção desses pagamentos e a restrição do uso de práticas exclusivas com assistentes de voz e plataformas de IA, como o Gemini.
Fitzgerald: consumidores terão opções de IA nos celulares
Peter Fitzgerald afirmou que os novos dispositivos da Motorola, que serão apresentados no dia 24 de abril em Nova York, incluirão uma variedade de aplicativos de IA, o que, segundo ele, prova que os consumidores terão opções reais. O executivo destacou que o Google enviou cartas a fabricantes e operadoras de telefonia nos EUA esclarecendo que seus contratos não proíbem a instalação de outros assistentes de voz ou ferramentas de IA generativa.
Esses esclarecimentos ocorrem após uma reportagem da Bloomberg indicar que empresas como a Perplexity estariam em negociação com a Samsung e a Motorola para embarcar seus próprios sistemas de IA nos smartphones.
Parcerias em disputa: Google tenta manter posição dominante
O depoimento do executivo também confirma o temor do Departamento de Justiça de que a posição dominante do Google se estenda para o setor emergente de inteligência artificial. A acusação sustenta que o Gemini, produto de IA generativa da empresa, também se beneficiaria do suposto monopólio estabelecido no setor de buscas.
Com o avanço da IA nos dispositivos móveis, a abertura de mercado para concorrentes como a Perplexity pode ser decisiva para evitar nova concentração de poder nas mãos de um único player.
