O dólar dispara e voltou a preocupar o governo brasileiro nesta semana. Após semanas de alívio no câmbio, a moeda norte-americana disparou 1,29% nesta segunda-feira (7), fechando a R$ 5,91. O movimento é reflexo direto das novas ameaças do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de elevar ainda mais as tarifas sobre produtos chineses.
Pressão cambial afeta planos econômicos e dólar dispara
A recente valorização do dólar inverteu a tendência de queda que vinha animando a equipe econômica do presidente Lula. A possibilidade de um novo ciclo inflacionário — impulsionado pela alta do dólar e o encarecimento de produtos importados — já começa a afetar as projeções de redução de juros e inflação.
Caso as tarifas dos EUA aumentem em mais 50%, como ameaçado por Trump, a pressão cambial tende a crescer, dificultando ainda mais o controle inflacionário via política monetária.
Lula monitora impacto da guerra comercial
Em Brasília, o clima é de cautela. Assessores do presidente Lula defendem sangue frio e esperam que a situação se estabilize no médio prazo. O temor é que a “importação de inflação” comprometa o cenário doméstico, justamente no momento em que o Banco Central trabalha para conter os preços.
A equipe brasileira também aposta em diálogo. Negociadores tentam avançar nas conversas com o governo norte-americano, com foco nas alíquotas sobre aço e alumínio. A expectativa é de que o Brasil possa ser usado como exemplo de flexibilização, enviando um sinal político à China e à Europa.
Impactos imediatos no mercado brasileiro
Além da disparada do dólar, o clima de incerteza externa tende a afetar diretamente a bolsa de valores e os investimentos estrangeiros no Brasil. O mercado já projeta maior volatilidade nos próximos dias, enquanto aguarda um desfecho da tensão comercial entre EUA e China.
