O setor público brasileiro apresentou um déficit primário de R$ 19 bilhões em fevereiro deste ano, conforme dados divulgados pelo Banco Central. O resultado, que exclui os juros da dívida, acende o alerta sobre a saúde fiscal do país e o avanço da dívida pública.
Déficit liderado pelo governo federal
O resultado negativo foi impulsionado principalmente pelo déficit de R$ 28,5 bilhões do governo federal. Em contrapartida, estados e municípios registraram superávit de R$ 9,2 bilhões, enquanto as estatais fecharam o mês com superávit de R$ 299 milhões.
No acumulado de 12 meses, o déficit primário soma R$ 15,885 bilhões — o equivalente a 0,13% do Produto Interno Bruto (PIB).
Dívida pública atinge R$ 9 trilhões
A dívida pública bruta voltou a subir em fevereiro e alcançou a marca de R$ 9 trilhões, correspondendo a 76,2% do PIB. Esse avanço representa um aumento de 0,5 ponto percentual em relação a janeiro.
Segundo o Banco Central, a alta foi puxada pelos juros nominais apropriados, que elevaram o indicador em 0,7 ponto percentual, e pelas emissões líquidas, com impacto de 0,1 ponto percentual. Já o PIB nominal teve uma leve retração de 0,4 ponto percentual, o que também influenciou o crescimento relativo da dívida.
Dívida líquida também cresce
A dívida líquida do setor público, que desconsidera os ativos do governo, também apresentou elevação. Em fevereiro, chegou a 61,4% do PIB — um aumento de 0,3 ponto percentual na comparação com o mês anterior.
Esse é um dos principais indicadores acompanhados por investidores e agências de risco para avaliar a sustentabilidade fiscal do país.