O senador Magno Malta (PL-ES) participou, neste sábado (6), de uma manifestação na Avenida Paulista, em São Paulo, reforçando a defesa da anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023. O evento, marcado por discursos de forte apelo político, reuniu apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro e lideranças da direita nacional.
Durante sua fala, Magno Malta exaltou a mobilização popular e criticou duramente o Supremo Tribunal Federal (STF), dizendo que a Corte “não tem qualquer respeito ou empatia pela vida”.
“Só o povo é que pode ajudar o povo. Não podemos enrolar as bandeiras e deixar as ruas”, declarou.
Manifestação reforça campanha por anistia no Congresso

A presença de Magno Malta, aliado histórico de Bolsonaro, reforça a estratégia da base bolsonarista de usar manifestações públicas para pressionar o Congresso Nacional a pautar o projeto de anistia aos réus dos atos antidemocráticos. O tema voltou ao centro do debate político após novas movimentações de parlamentares do PL e aliados que desejam reverter condenações já proferidas pelo STF.
A manifestação contou com a presença de outros líderes políticos e milhares de apoiadores, que levaram bandeiras do Brasil e faixas em defesa da “liberdade” e contra o que classificam como “perseguição judicial”.
Críticas ao STF expõem tensão entre poderes
O tom adotado por Magno Malta se soma ao de outras lideranças que vêm, de forma recorrente, questionando a atuação do Supremo. A crítica direta à Corte reflete a insatisfação de parte do eleitorado com as decisões que resultaram na condenação de centenas de pessoas por participação nos atos de invasão e depredação das sedes dos Três Poderes, em Brasília.
O embate institucional entre Congresso e Judiciário deve se intensificar nos próximos meses, principalmente se o projeto de anistia continuar a ser pressionado por movimentos políticos e sociais.
Especialistas avaliam impacto político da mobilização
Para analistas políticos, a presença de figuras públicas como Magno Malta em manifestações fortalece o movimento pela anistia, ao mesmo tempo em que pode ampliar o desgaste institucional entre os Poderes. “Esses atos têm forte apelo simbólico e são usados como ferramenta de pressão. A questão é que, ao mirar o STF com tanta veemência, aumenta-se a temperatura do conflito institucional”, afirma o cientista político Rafael Moraes.
Apesar disso, os especialistas também apontam que a resistência dentro do Congresso à tramitação do projeto ainda é significativa, especialmente entre partidos do centro e da esquerda.
Debate sobre anistia tende a se intensificar
As declarações de Magno Malta e a adesão de milhares de manifestantes devem manter o tema da anistia em evidência nas próximas semanas. A expectativa é de que novos discursos e eventos ampliem a pressão sobre a Câmara dos Deputados e o Senado, mesmo com a posição atual de líderes parlamentares contrários à pauta.