Brasil, 7 de abril de 2025
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⚖️ Câmara dos Deputados resiste a pressões por anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro

Líderes partidários rechaçam projeto defendido por Bolsonaro e mantêm posição contrária à tramitação da proposta
Deputado Hugo Motta, presidente da Câmara dos deputados. Foto: Lula Marques/ Agência Brasil

Em meio a uma nova onda de mobilização promovida pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, a Câmara dos Deputados enfrenta forte pressão para pautar um projeto de anistia aos envolvidos nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023. Apesar disso, o ambiente político dentro do Congresso continua desfavorável à proposta, com líderes partidários indicando que não há disposição para avançar com o tema.

A manifestação mais recente ocorreu no último sábado (6), na Avenida Paulista, em São Paulo, reunindo apoiadores de Bolsonaro e ao menos sete governadores aliados. Durante o ato, o pastor Silas Malafaia dirigiu duras críticas ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), acusando-o de “engavetar” a proposta de anistia.

Parlamentares afirmam que não há clima para anistia

Líderes de diversas siglas, como PT, PDT e PSB, afirmam que não há clima político para aprovar a anistia aos réus dos ataques às instituições em 2023. O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), foi categórico: “Essa pressão pública é uma tática de desespero. Não vamos anistiar quem tentou destruir a democracia”.

Aliados de Hugo Motta afirmam que a decisão de não pautar o projeto se baseia na necessidade de preservar o equilíbrio entre os poderes Legislativo e Judiciário, e evitar rupturas institucionais.

Bolsonarismo pressiona e ameaça atos em redutos de parlamentares

O líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), anunciou que o partido considera organizar atos no estado de Hugo Motta, na tentativa de aumentar a pressão sobre o presidente da Casa.

A estratégia, no entanto, é vista com cautela por analistas políticos, que alertam para o risco de isolamento da pauta no Parlamento. “Atos de rua podem mobilizar a base mais radical, mas não necessariamente alteram a correlação de forças dentro do Congresso”, avalia a cientista política Juliana Marins.

Impasse revela divisão dentro do Congresso e impacto eleitoral

A resistência da Câmara em abraçar o projeto de anistia revela o impasse entre os interesses da base bolsonarista e a maioria dos partidos do centro e da esquerda. Parlamentares temem o custo político de se associarem a uma iniciativa que pode ser vista como tentativa de apagar crimes contra o Estado Democrático de Direito.

A divisão interna também expõe os desafios do bolsonarismo em formar maioria parlamentar para avançar com pautas sensíveis, mesmo em ano pré-eleitoral.

A tramitação da proposta de anistia depende diretamente da vontade do presidente da Câmara. Até o momento, Hugo Motta mantém sua posição de não incluir o tema na pauta. Enquanto isso, os defensores da anistia devem continuar apostando na mobilização popular e em pressões públicas como estratégia de convencimento.

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