Brasil, 20 de abril de 2025
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Governo reduz impostos, mas alimentos ainda pesam no bolso

A nova política de desoneração afeta os preços de alimentos de maneiras diferentes, com quedas em alguns itens e alta em outros.
Foto: Divulgação

A nova política do governo para reduzir impostos sobre produtos essenciais vem gerando debate. A ideia é baixar os preços dos alimentos, mas os resultados são diferentes para cada item. Enquanto alguns produtos ficaram mais baratos, outros, como a sardinha em conserva, ainda estão caros e com preços instáveis, mostrando que muitos fatores influenciam o valor final.

impostos
Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

Preços de alimentos e os impostos

O economista responsável pelos Índices de Preços do FGV Ibre destaca que os efeitos de medidas tributárias como a desoneração não são instantâneos. Mesmo que o governo implemente uma política de redução de impostos sobre itens como café, açúcar e óleo de cozinha, a realidade de mercado é mais complexa. A defasagem entre a adoção da medida e sua reflexão nos preços ao consumidor pode ser influenciada por uma variedade de fatores, incluindo a estrutura de comercialização, contratos em vigor e o tempo necessário para a reposição de estoques.

Variabilidade nos preços

No caso do café moído, muitos consumidores já notaram uma trajetória de queda nos preços antes mesmo da desoneração. Entretanto, a sardinha em conserva e outros produtos continuam a registrar alta inflação, evidenciando que a desoneração não é um fator isolado. Elementos como sazonalidade, questões logísticas e a oferta interna do produto também têm um papel significativo na determinação dos preços. As flutuações de preços dos alimentos são, portanto, um reflexo da interação de múltiplos fatores, e não apenas dos impostos.

A desoneração e suas expectativas

Segundo o especialista, a sinalização de que os custos de certos produtos estão diminuindo pode ajudar a moderar as expectativas de ajustes de preços futuros. Em um ambiente de forte concorrência no varejo, isso pode ter um efeito colateral positivo, gerando também um alívio na inflação. Os consumidores podem se beneficiar na medida em que os comerciantes adotam práticas mais competitivas para evitar perder vendas em um contexto de preços em baixa.

Fatores adicionais que influenciam a inflação

Além da desoneração, outros aspectos continuam a impactar a inflação de alimentos. A variação climática, problemas logísticos e dinâmicas de oferta e demanda são essenciais para entender por que alguns itens não apresentam os mesmos resultados que outros. Por exemplo, secas ou chuvas excessivas podem afetar diretamente a safra e, consequentemente, o preço dos alimentos. Portanto, o cenário é multifacetado e requer uma análise cuidadosa, que não se limita apenas às reformas tributárias.

O que esperar a partir de agora

À medida que a economia brasileira se recupera, os efeitos da desoneração nas cadeias de food supply ainda precisam ser monitorados. A implementação de novas políticas públicas visando a redução de impostos pode ser uma solução eficaz, mas demanda tempo para que seus efeitos cheguem ao bolso do consumidor. A continuidade de monitoramento dos preços e das condições de mercado será vital para que políticas semelhantes sejam ajustadas e aprimoradas no futuro.

A discussão sobre a desoneração e seu impacto no mercado de alimentos é um lembrete de que as decisões de política econômica têm ramificações amplas e que fatores diversos devem ser considerados. As políticas podem ser desenhadas para promover bem-estar, mas a complexidade do mercado exige uma abordagem cuidadosa e integrada.

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